Eleições 2026 e 2028: Como o cenário estadual pode redefinir o futuro político de RP e RGS

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O futuro das duas cidades dependerá da recomposição de sistemas políticos, do alinhamento com o governo do Estado e dos reflexos das eleições de 2026.
Por Márcio Prado – Peninha 
A depender dos resultados das eleições de 2026 e de uma possível mudança no comando do governo do Estado, Ribeirão Pires pode ter, em 2028, uma perspectiva promissora de renovação de gestão, com melhores ideias, novas ações e a formação de um novo sistema político nos bastidores do poder.
Já Rio Grande da Serra, em sua próxima eleição municipal, precisará retomar o ponto em que parou antes do golpe que interrompeu um planejamento de longo prazo, lançando a cidade na vala dos interesses individuais.
Cenário nacional e estadual: centro e direita podem determinar os rumos do ABC
O contexto sinaliza uma possível união entre o centro e a direita em um provável segundo turno presidencial, somada a uma disputa acirrada pelo governo de São Paulo. Nesse cenário, há a possibilidade de uma chapa Haddad (PT) com Márcio França (PSB) contra Ricardo Nunes (MDB), que ainda definirá seu vice.
Esse quadro criaria dois cenários distintos capazes de influenciar diretamente o futuro governo municipal de Ribeirão Pires.
Tarcísio, Bolsonaro e o impacto indireto sobre o ABC paulista
Caso Tarcísio de Freitas (Republicanos) seja o nome escolhido pela família Bolsonaro — condição mencionada pelo próprio governador para se lançar nacionalmente — sua candidatura não afeta diretamente a governabilidade municipal. O que realmente interessa a Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra é o espaço que se abrirá para Ricardo Nunes ou Haddad, conforme o desfecho da disputa.
Também há a possibilidade de o atual impasse que divide a direita inviabilizar a candidatura de Tarcísio e criar terreno para a reeleição de Lula — assunto para aprofundar em outro momento.
A força de Nunes, Orlando Morando e Carla Morando no ABC
Como já analisado anteriormente, existe um cenário hipotético no qual:
Ricardo Nunes vence o governo do Estado;
Orlando Morando é eleito deputado federal (possivelmente pelo MDB);
Carla Morando é reeleita deputada estadual (MDB ou PL);
Esse alinhamento fortaleceria a estrutura política no ABC paulista, permitindo consolidar uma força regional capaz de abrir oportunidades de desenvolvimento para Ribeirão Pires e demais cidades da região.
O fim da Era Volpi e a abertura para novos nomes em Ribeirão Pires
Cidades menores dependem amplamente do governo estadual. Com o fim da Era Volpi próximo — já que a legislação impede candidaturas de parentes de Clóvis Volpi e Guto Volpi, somado à idade avançada de Clóvis para disputar eleições daqui a oito anos — surge um ambiente com novos pré-candidatos:
Gabriel Roncon
Rato Teixeira
Ricardo Abílio
Esses nomes aparecem desvinculados das amarras tradicionais, abrindo espaço para uma disputa pelo comando de Ribeirão Pires.
Troca de sistemas políticos: o risco do que virá
Quando um sistema político deixa o poder, o espaço é naturalmente ocupado por outro — quase sempre formado por grupos que pouco aparecem publicamente. O desafio é saber se esse novo sistema será melhor ou pior do que o anterior.
No cenário atual, Davi Caminhões representa a continuidade e a manutenção da estrutura construída durante a Era Volpi. Ele, ao lado de nomes como Nono Nardelli e Wagner Damo, compõe a base financeira e política que sustenta o atual modelo, mantendo domínio sobre contratos importantes da prefeitura e sobre parte significativa dos investimentos imobiliários de Ribeirão Pires.
A importância do alinhamento político com o governo do Estado
Para que Ribeirão Pires consiga avançar, acertar o alinhamento político com o governo estadual será decisivo. Isso é especialmente relevante caso São Paulo seja governado por Ricardo Nunes.
Por outro lado, um governo estadual comandado por Haddad também traria mudanças importantes em uma prefeitura de esquerda. No entanto, considerando o retrospecto eleitoral recente, a eleição de um prefeito de esquerda em Ribeirão Pires ainda parece improvável.
Tendências eleitorais para 2028 em Ribeirão Pires
O cenário mais provável aponta para a eleição de um prefeito de centro-direita, capaz de equilibrar o atual sistema político com um novo grupo e, ao mesmo tempo, abrir caminho para avanços concretos na cidade — especialmente se houver sintonia com o governo do Estado sob Ricardo Nunes.
Em Rio Grande da Serra, a reconstrução política será obrigatória
Em Rio Grande da Serra, será necessário restabelecer e curar a ferida aberta pelo golpe político que derrubou Claudinho da Geladeira em 2022 — que ainda repercute, sobretudo após os desdobramentos da prisão de Cafu César, vice-prefeito de Hortolândia e principal articulador do golpe.
Somente após essa recomposição institucional a cidade poderá recuperar credibilidade diante da população, de parceiros políticos e de eventuais governos estaduais.
Conclusão
Resta continuar observando atentamente o cenário político — como quem olha para o céu, onde as nuvens enganam nossos olhos, mas também enviam sinais que precisam ser interpretados.