

Gestante de 38 semanas passou mal, foi liberada com diagnóstico de desidratação, convulsionou e precisou de parto de emergência. Caso gerou revolta da família.
Jovem foi transferida em estado grave após cesariana emergencial. Foto: DiárioRP
Mais uma denúncia de negligência médica envolvendo o Hospital e Maternidade São Lucas, em Ribeirão Pires, chegou à redação do DiárioRP, reforçando uma série de reclamações que têm sido registradas por moradores da cidade. Após uma reportagem publicada sobre suposto mau atendimento na unidade, outras manifestações começaram a surgir, principalmente nos comentários da reportagem nas redes sociais, com relatos sobre condutas médicas questionáveis e atendimento sem o cuidado necessário.
No mais recente caso, uma adolescente grávida de 38 semanas deu entrada no hospital no dia 8 de abril, sentindo-se mal e apresentando dores de cabeça, além de sinais físicos de sofrimento. Mesmo com os sintomas, o médico responsável teria diagnosticado apenas um quadro de desidratação e encaminhado a paciente para medicação, com previsão de liberação em seguida.
Cerca de 30 a 40 minutos depois, a jovem sofreu uma convulsão. De acordo com o relato da família, o médico não estava dentro da unidade no momento da crise, pois encontrava-se do lado de fora do hospital, utilizando o celular, e houve demora no atendimento de emergência. Quando os profissionais perceberam a gravidade da situação, a equipe tentou manobras para estabilizar a paciente, sem sucesso, optando por uma cirurgia de urgência para o nascimento do bebê.
O parto foi realizado no próprio hospital, que até então não contava com UTI em funcionamento. A jovem foi entubada e, após complicações, transferida em estado grave para a UTI da UPA Santa Luzia. Durante o trajeto, ela ainda sofreu uma hemorragia.
Nas 24 horas seguintes, o quadro clínico da paciente era considerado delicado. Segundo a família, por intervenção divina, a jovem despertou no dia seguinte. A família contou que clamou muito a Deus para que ela sobrevivesse.
Ela recebeu alta e retornou à maternidade para conhecer o filho, sem saber que ele já havia nascido, tamanha foi a gravidade de seu estado de saúde, disse um familiar. A suspeita médica foi de eclâmpsia, embora o caso ainda esteja sendo avaliado.
A mãe e o bebê passam bem atualmente, mas o episódio gerou revolta dos familiares, que questionam a conduta médica e apontam falta de preparo para lidar com situações graves. Para eles, a gestante deveria ter sido transferida para uma unidade de maior complexidade logo na admissão.
Embora o DiárioRP tenha questionado a Prefeitura sobre quais providências estão sendo tomadas em relação à conduta da equipe médica, não houve retorno por parte da administração municipal, por meio da Secretaria de Saúde
