Paciente foi encaminhada por médica ao Hospital São Lucas, mas afirma ter sido destratada por enfermeira na triagem.
A gestante e o marido buscaram atendimento em outro hospital. Foto: DiárioRP
Uma gestante de 39 semanas procurou atendimento no Hospital e Maternidade São Lucas, em Ribeirão Pires, na noite da última sexta-feira (25), por volta das 20h45, após ser encaminhada por sua médica. A paciente, que possui histórico de parto de emergência e já sofreu um aborto anterior, relatou ter recebido mau atendimento por parte de uma enfermeira.
Segundo o relato, a profissional responsável pela triagem não permitiu que o marido a acompanhasse e questionou, em tom ríspido e falando em voz alta, o motivo de a gestante estar no hospital. Mesmo com um encaminhamento médico em mãos, a enfermeira teria afirmado que o São Lucas não poderia atendê-la nem oferecer o suporte necessário, alegando que “a obrigação de investigar era da médica” e que “ainda não era hora de o bebê nascer”.
A paciente também relatou que a enfermeira minimizou a informação de que o bebê estava se mexendo pouco, dizendo que isso era normal porque “estava frio”. Ainda de acordo com a gestante, a profissional comentou que, por estar em sua terceira gravidez, ela “deveria saber como são as dores” e que aquela unidade hospitalar “não era sua área”.
Diante do tratamento recebido e temendo complicações para a mãe e o bebê, o casal decidiu deixar o local e buscou atendimento no Hospital da Mulher, em Santo André, onde, segundo eles, foram prontamente acolhidos. O marido da paciente registrou um boletim de ocorrência e informou que também protocolará uma reclamação oficial na Prefeitura de Ribeirão Pires.
Este não é o primeiro caso envolvendo o Hospital São Lucas. Em 2024, dois bebês morreram sob suspeita de negligência médica e, nos comentários de reportagens, diversas mães relatam histórias de sofrimento e descaso na unidade. Não se trata de um caso isolado.
O DiárioRP entrou em contato com a administração municipal para obter esclarecimentos sobre o atendimento à gestante. Até o fechamento desta reportagem, a Prefeitura de Ribeirão Pires não havia se manifestado.