Câmara de Ribeirão Pires: vereadora enfrenta, constrangimento e atitudes machistas

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Além das interrupções, é comum que parte dos vereadores abandone o plenário durante as falas da petista.

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Não é a primeira vez que a vereadora é interrompida. Foto: DiárioRP

Durante a sessão ordinária da Câmara Municipal nesta quinta-feira (24), a vereadora Fernanda Henrique (PT) teve sua fala interrompida mais uma vez. Enquanto utilizava seu tempo regimental na tribuna para comentar melhorias solicitadas por um munícipe — que havia falado na Tribuna Livre — a parlamentar foi interrompida pelo presidente da Câmara, vereador Paixão, que pediu que ela “retornasse ao tema”. A interrupção gerou constrangimento, especialmente porque a vereadora se mantinha dentro do tema e do tempo previsto no regimento. A atitude do presidente foi reprovada até mesmo por algumas pessoas presentes na plenária, que se manifestaram em apoio à parlamentar.

Esse tipo de intervenção vem se repetindo com frequência. Em sessões anteriores, o vereador Sandro Campos chegou a sugerir que ela “falasse menos”, mesmo dentro dos 15 minutos a que tem direito. Já em uma discussão recente sobre vagas de estacionamento na UPA, o vereador Paulo César (PC) disse para Fernanda “ter calma”, em um tom considerado condescendente. Parlamentares da base do governo e do mesmo partido do prefeito (PL) também têm feito críticas constantes às falas da vereadora, frequentemente acompanhadas de risadas ou comentários classificados como machistas.

Além das interrupções, é comum que parte dos vereadores abandone o plenário durante as falas da petista — comportamento que não se repete quando os oradores são homens.

Nos bastidores, o incômodo com a atuação da vereadora é evidente. Desde que assumiu o mandato, Fernanda tem se posicionado de forma firme em pautas sociais e em defesa de melhorias para os bairros periféricos. Recentemente, tem atuado ao lado de mães da cidade na cobrança por transporte escolar gratuito. A vereadora também afirma que muitos de seus requerimentos direcionados ao Executivo não têm sido respondidos dentro do prazo legal, o que, segundo ela, representa mais uma tentativa de dificultar sua atuação parlamentar.

Apesar do cenário de hostilidade, Fernanda afirma que seguirá firme em sua atuação na tribuna. “É um direito meu e um dever como representante da população”, afirmou.

“As mulheres têm o direito de ocupar todos os espaços políticos. A mulher tem o direito de estar onde ela quiser, inclusive nos espaços de poder. Ninguém vai silenciar.” disse a parlamentar.