Guto Volpi cria novas secretarias e cargos enquanto corta transporte escolar e benefícios de servidores

A reforma administrativa do prefeito Guto Volpi (PL), aprovada por 15 vereadores na Câmara Municipal de Ribeirão Pires, resultou na criação de duas novas secretarias e na abertura de 26 novos cargos em diferentes pastas. Apenas a vereadora Fernanda Henrique (PT) votou contra a medida, enquanto o vereador Anderson Benevides esteve ausente da votação.

Publicada no Diário Oficial na última segunda-feira (10), a Lei nº 7.090 prevê a criação de cargos nas secretarias de Desenvolvimento e Empreendedorismo, Assistência, Participação e Inclusão Social, Assuntos Jurídicos, Turismo, Cultura, Comunicação e Saúde.

A Secretaria de Saúde, comandada por Clóvis Volpi, pai do prefeito, foi a que mais recebeu cargos na reforma administrativa, totalizando 12 novas funções, incluindo dirigentes para diferentes setores e um assessor especial para o Gabinete de Saúde. Já as novas secretarias criadas, como a de Cultura e Turismo, receberam um número menor de cargos, com apenas um secretário e um subsecretário. No caso da Cultura, foi adicionado o cargo de curador de artes.

A reforma também extinguiu três cargos na Secretaria de Desenvolvimento e Empreendedorismo: dirigente de Emprego, Renda e Empreendedorismo; dirigente do Atende Fácil; e dirigente de Desenvolvimento Econômico.

Uma das nomeações previstas é a de Talyta Nunes, namorada do prefeito, que deve ocupar o cargo de subsecretária de Turismo, função criada na reforma e que prevê aumento salarial.

Cortes e Contingenciamento

Apesar da criação de novas secretarias e cargos, a Prefeitura de Ribeirão Pires realizou cortes em áreas essenciais. Recentemente, foi retirado o direito ao transporte escolar para crianças acima de 11 anos e para estudantes que moram a mais de 2 km das escolas. Além disso, no dia 5 de janeiro, a administração retirou gratificações de servidores de carreira, incluindo guardas civis municipais, enfermeiros, fonoaudiólogos, professores e motoristas.

A cidade também enfrenta um estado de emergência devido ao período de chuvas. Antes mesmo da decretação oficial, no dia 29 de janeiro, a Prefeitura publicou o Decreto nº 7.534, determinando o contingenciamento de 20% do orçamento de todas as secretarias, exceto Saúde e Educação.

Com o aumento da estrutura administrativa e cortes em setores essenciais, a reforma tem gerado críticas entre servidores e a população.