Amanda Nabeshima: a vereadora que é mais do mesmo

Na última terça-feira (21), iniciamos a série de reportagens sobre os vereadores da cidade. Ao todo serão 17 reportagens mostrando o trabalho dos parlamentares municipais. Nos textos, nossos jornalistas também darão a opinião sobre o trabalho de cada legislador. Toda terça e quinta, sairá uma matéria nova. Na última terça, o vereador da vez foi Alex Aparecido (Sapão).

O terceiro parlamentar da nossa série é a vereadora Amanda Nabeshima (PTB). Nabeshima é bem conhecida na região, por atuar na causa animal, e faz um excelente trabalho quando esse é o tema. No entanto, deixa à desejar quando o assunto é exercer seu mandato, sendo tipicamente a parlamentar que “nem fede e nem cheira.” Vale lembrar que o objetivo da série é divulgar sobre os parlamentares e suas pautas como representantes do município, e não levando em consideração a pessoa, seu caráter, ou trabalhos realizados fora da atuação legislativa.

Desde que assumiu como vereadora, Amanda já esteve envolvida em algumas polêmicas, que até o momento não foram esclarecidas. Uma delas é com relação a sua campanha eleitoral de 2020, onde ela declarou ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que não teve nenhum tipo de gastos. Contudo, após uma matéria divulgada pelo jornal Diário do Grande ABC, e algumas apurações feitas pelo DiárioRP, foi constatado que haviam divergências entre sua prestação de contas e a realidade, já que nas próprias redes sociais da parlamentar era possível ver que foram distribuídos diversos materiais de campanha pelo município, como panfletos, camisetas customizadas e adesivos personalizados. Com que dinheiro o material foi pago, ainda não se sabe, pois até doações precisam ser informadas à Justiça Eleitoral, algo que não aconteceu neste caso. Na época, o Ministério Público Eleitoral chegou a afirmar que haviam indícios de irregularidades na campanha da então candidata. Ainda na época, de acordo com o próprio MP, ela apenas se livrou de uma investigação e possível cassação do diploma de vereadora porque o prazo de denúncias já havia expirado.

Além disso, durante o auge da pandemia, Amanda também não serviu como bom exemplo aos munícipes da cidade. No início do ano, ela publicou fotografias em suas redes sociais, curtindo um fim de semana em uma praia do Guarujá, ao lado de várias pessoas sem máscara. Após ver a matéria, ao invés de assumir que poderia dar exemplo, e se desculpar, ela apenas rebateu as críticas como uma adolescente mimada que não gosta de ser criticada pelos pais. Enquanto isso, o Brasil alcançava o terrível número de 22 mil pessoas mortas apenas naquele mês. Ao todo mais de 227 mil pessoas já haviam morrido no Brasil naquela data. Na época, nossa equipe publicou sobre o fato. O que ela fez? Esperneou, emburrou, e se disse vítima de perseguição política.

Ainda em janeiro, depois da polêmica de aglomerar na praia, Nabeshima, ao lado de seu padrinho político Gabriel Roncon, tentou limpar a barra e divulgou que havia apresentado um Projeto de Lei para criminalizar quem furar a fila da vacinação. No entanto, a vereadora mentiu, já que apenas Deputados Federais e senadores podem decidir sobre o que é crime ou não. Esta não é uma prerrogativa de vereadores. Além disso, o documento sequer era um projeto de lei, mas sim, uma indicação ao poder executivo, que em outras palavras nada mais é do que uma “dica” ou “sugestão”.

Na semana passada, nossa equipe solicitou material pedindo que a parlamentar falasse sobre seus principais projetos, mas não recebemos sequer uma resposta do gabinete da vereadora, ou sequer alguma justificativa. Talvez porque ela não queira nos responder, o que é direito dela, ou talvez por ela realmente não fazer a mínima ideia do que está fazendo naquela cadeira como vereadora. Analisando o site da Câmara, reparamos que ela participou de algumas pautas, mas todas em conjunto com outros vereadores. Um exemplo, é a lei 6.578, que proíbe a soltura de fogos de artifício e artefatos pirotécnicos que produzem sons altos e repentinos no município. A lei é do Vereador Rato Teixeira, subscrito por ela.

Já a vereadora, no entanto, dentro destes nove meses, apresentou apenas um projeto de sua autoria. O projeto, no entanto, ainda nem foi sancionado pelo poder executivo (e provavelmente não será) por conter inconstitucionalidade. A ideia da lei é criar o Programa Municipal, permanente de reconhecimento de número e localização dos animais domésticos e errantes (cachorros e gatos), intitulado “Censo Animal”. Basicamente, o projeto prevê realizar um cadastro e acompanhamento dos animais, através de visitas feitas por agentes públicos nas residências do município.Talvez, uma boa ideia, mas ainda muito pouco para uma vereadora que, apenas de salário, já recebeu 90 mil reais dos cofres públicos.

Nas últimas sessões do legislativo, também notamos que ela está se mantendo mais reservada, sem saber o que falar ou o que fazer, e não tem grande participação no debate de nenhum outro assunto que é pautado na casa. Provavelmente, a torcida organizada da vereadora, radical, cega, e com aversão a críticas, deve nos fazer diversos ataques, pois não podemos de nenhuma forma criticá-la, já que ela é vista como uma entidade acima dos erros, assim como grupos extremistas vêem seus líderes. No entanto, cabe à própria vereadora, deixar de ser uma adolescente mimada que não aceita críticas, e passar a ouvi-las, e também aprender a crescer e a melhorar com elas, para dessa formar passar a ajudar, de verdade, a população da cidade e suas pautas no legislativo, porque até agora, como vereadora, ela realmente não fede e nem cheira, e apenas mostrou que é mais do mesmo e nem sabe pra que e nem o porque que está alí.