Casa de recuperação com 59 pessoas é desapropriada pela prefeitura

No início da tarde desta terça-feira (02), a prefeitura de Ribeirão Pires desapropriou uma casa de recuperação para viciados em drogas, com 59 pessoas, dentre funcionários e acolhidos. A unidade fica no bairro Ouro Fino.

De acordo com o Paço, o ato aconteceu porque a organização não possui o Licença da vigilância sanitária. Além disso, acusações de maus tratos e invasão das residências vizinhas, pesam sobre o local. “Viemos aqui uma vez há pouco mais de um mês, por denúncias de agressão e situações parecidas. O boletim de ocorrência está registrado, mas cabe a Justiça investigar se isso procede ou não”, disse um membro da assistência social da prefeitura.

Do mesmo modo, o profissional disse que o Paço não vai deixar os pacientes sem destino e que não houve truculência no retirada. “Estamos cumprindo um mandado judicial, não sofremos resistência dos responsáveis pela casa e garantiremos um lugar para cada um dos internos, seja contatando a família para vir buscar, ou direcionando para uma outra instituição de acolhida.

Casa de recuperação sofre desapropriação em R. Pires (foto: Guilherme Duarte/ DiárioRP).

Outro lado

Nossa equipe também conversou com a responsável pela instituição, que não quis se identificar, mas negou as acusações e falou que o local possui toda uma forma de trabalho organizada. Segundo ela, uma equipe de profissionais tratam dos pacientes e nunca mau tratou ninguém. “Temos uma equipe técnica com psicólogo; terapeuta; assistente social; enfermeira; cozinheira e monitores. Eu quero provas de maus tratos aqui, porque não tem”.

Do mesmo modo, a líder do lugar reclamou que a administração municipal esteve na casa no dia 27 de janeiro e levou diversos acolhidos, que ficaram abandonados nas ruas. Sendo que a documentação restante, um alvará da vigilância sanitária, não saiu ainda pelas dificuldades burocráticas da pandemia. “Eles vieram aqui, tiraram 41 pacientes, alguns deles nem em casa chegaram ainda, porque estão jogados na rua. Nós iniciamos a legalização em 2019, mas, o Covid-19 atrasou a papelada”.

Contudo, a mulher disse em prantos, que não vai desistir de voltar com o trabalho filantrópico. “Eu não vou desistir, vou continuar lutando. Amanhã estarei na vigilância e prefeitura, para ver o que querem que eu faça. Eles preferem os usuários na rua, matando, roubando e sofrendo, do que ver aqui. Porém, eu sei o sofrimento da família e dos viciados, por isso vou até o final no processo para voltarmos”, desabafou.