Especialista alerta sobre tratamento e progressão da Esclerose Múltipla

Na última sexta-feira (30 de agosto), a Santa Casa de Mauá chamou a atenção da população para o Dia Nacional de Conscientização sobre a Esclerose Múltipla, uma doença autoimune que afeta o cérebro, nervos ópticos e o sistema nervoso central.

Cláudia Rodrigues, a atriz luta contra a doença autoimune há 19 anos. (Foto: Reprodução)

A atriz Cláudia Rodrigues,48, famosa por papéis como o da diarista Marinete, foi diagnosticada com a doença em 2000 após sentir dormência nos braços e acreditar estar sofrendo um infarto. Porém, o diagnóstico só veio à público em 2006, se tornando desde então um grande exemplo de luta contra a Esclerose Múltipla.

Dr. Carlos Roberto Zambom (Foto: Divulgação)

De acordo com o neurologista Carlos Roberto Zambom, cerca de 2,5 milhões de pessoas no mundo e aproximadamente 35 mil no Brasil, possuem a doença, a maior incidência é em mulheres de 20 a 40 anos.

A patologia não é contagiosa e nem mental, não tem prevenção e nem cura, o tratamento visa reduzir a progressão. As principais causas são desconhecidas, mas, dados mostram que o ambiente, a genética e alguns vírus podem desenvolvê-la. Sabe-se que o sistema imune desgasta a bainha protetora que cobre os nervos, a mielina, o que causa problemas na comunicação entre o cérebro, medula espinhal e outras áreas do sistema nervoso central.

Tal condição resulta na deterioração dos nervos, em um processo irreversível. Ao longo do tempo, essa degeneração causa lesões no cérebro, que podem levar à atrofia ou perda de massa cerebral, até cinco vezes mais rápido do que o normal.

Os sintomas variam de acordo com a quantidade de nervos afetados, entre os principais estão fadiga intensa; depressão; fraqueza muscular; alteração do equilíbrio, coordenação motora, visão e fala; dores articulares; transtornos cognitivos e emocionais; disfunção intestinal e da bexiga.

Nos estágios iniciais a esclerose múltipla pode dificultar o diagnóstico, uma vez que os sintomas se assemelham com o de outras doenças e aparece com intervalos, o paciente pode ficar meses ou anos sem qualquer sinal da doença”.

O diagnóstico de esclerose múltipla pode ser difícil, poderá ser feito com base nos relatos do paciente, sintomas, exames clínicos, exame de ressonância magnética – que avaliará se há lesões no cérebro e pelo exame do líquor. O profissional também poderá solicitar vários outros exames para excluir condições que podem ter sinais e sintomas semelhantes.

Embora a esclerose múltipla não tenha cura, ela pode ser controlada por meio de um tratamento que ameniza as crises, sintomas e a progressão. O tratamento pode envolver medicação oral diária ou injeções.