Irregulares, contas de Volpi chegam na Câmara

Em 2015, o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo manteve a decisão de não aceitar o recurso para reexame das contas do ex-prefeito de Ribeirão Pires, Clovis Volpi, no exercício do mandato de 2008-2012. Recentemente, a mesma decisão foi enviada à Câmara dos Vereadores de Ribeirão Pires para que os membros da Casa de Leis analisem os documentos e votem para aprovação ou rejeição das contas de Volpi. Se votarem favoráveis, acatando a decisão do TCE, Volpi perderá seus direitos políticos não podendo se candidatar ou assumir cargo público por até oito anos.

O DiárioRP entrou em contato com alguns vereadores para fazer uma breve pesquisa a respeito do assunto. Questionados, a maioria dos parlamentares disse que “ainda é muito cedo para tomar qualquer decisão a respeito do assunto”. Outros, como os vereadores Amaury Dias e Amigão D’Orto, por exemplo, disseram ser técnicos e acatar as decisões do TCE. A resposta mais estranha, foi a do vereador Arnaldo Sapateiro. Ele disse que “votará de acordo com os demais colegas”.

O Vereador e Presidente da Câmara, Rubens Fernandes, o Rubão, disse que ele, juntamente com os demais vereadores, ainda estão analisando as contas para terem “respostas mais conclusivas”. Entretanto, alguns vereadores disseram que nem ao menos tiveram acesso aos documentos.

Os vereadores têm um prazo de até 60 dias para analisar e votar as contas do ex-prefeito que, segundo informações, já foi visto na cidade, articulando e sondando o possível posicionamento de cada vereador.

Resumindo, o relator do processo, Antônio Roque Citadini, apontou falhas na prestação de contas de Clovis. Segundo Citadini, por exemplo, o ex-chefe do Executivo deixou inúmeras situações que fazem com que as contas sejam rejeitadas. O não pagamento do IMPRERP (Instituto Municipal de Previdência de Ribeirão Pires), – responsável pelo pagamento da aposentadoria dos funcionários públicos -, nos meses de agosto e dezembro, e também a 2ª parcela do 13º, não ter pago a empresa Lara, responsável pela coleta de lixo, além da Apraespi, Eletropaulo e INSS (meses de Outubro e Dezembro e 13º). O relatório ainda apontou a dívida de quase 40 milhões deixada por sua gestão, além de falhas no fundo dos Bombeiros, não ter pago precatórias e aumentado as despesas da cidade no último semestre de mandato e uma acusação de um suposto esquema para desvio de dinheiro da Saúde.

Volpi foi procurado pelo DRP para comentar o assunto e disse que não pode adivinhar o que os vereadores farão, “mas o parecer não me julga com ações de má fé”. ”

Eu não cometi improbidade administrativa, tivemos dificuldades financeiras durante os últimos quatro anos. Não há dolo. Tenho certeza que a Câmara vai querer me ouvir e decidirá pelo que é melhor para a cidade”.

 – Enfatizou.

A frase final do ex-prefeito deixa a entender que ele e o Presidente da Casa de Leis, Rubão Fernandes, já teriam conversado sobre o assunto, pois em outra conversa com o Vereador, foi mencionado que “vamos convidar o ex-prefeito para apresentar sua defesa à Casa”.