Desde a noite da última segunda-feira, 23, mais duas escolas foram ocupadas em Ribeirão Pires. As escolas Álvaro de Souza Vieira, na Vila Gomes e Leiko Akaish, no Santana, também estão trancadas em protesto contra o projeto de reorganização educacional promovido pelo governo do Estado de São Paulo, que poderá fechar até 94 escolas em todo o estado. No total, cerca de 114 escolas já estão ocupadas.
No projeto, o Governo quer separar alunos dos diferentes ciclos e, com isso deverá fechar algumas escolas e transferir os alunos para outras. Os alunos e o Sindicato dos Professores (APEOESP) são contra:
“Isso pra mim não é reorganização, é corte de gasto”
-Disse Teté, coordenador da Sub sede da Apeoesp de Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.
De acordo com os alunos entrevistados, eles não têm previsão para deixar o local e só aceitarão sair se o Governo voltar atrás e cancelar o projeto de reorganização.
Derrota na Justiça
O governo de São Paulo entrou na Justiça pedindo autorização para que a polícia pudesse invadir as escolar e fazer uma reintegração de posse em todas as escolas do estado. O pedido foi negado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. A decisão dos desembargadores foi da 7º Câmara de Direito Público foi unânime. Para o Tribunal, os alunos têm o direito de se manifestar:
“Não há o que se reintegrar. A manifestação é um direito”.
-disse Eduardo Gouveia, um dos desembargadores.
Durante a manhã, em entrevista coletiva, o governador do estado, Geraldo Alckmin, lamentou a decisão e confirmou que a reorganização será mantida. Ele também afirmou que o protesto é de cunho político:
“Lamentavelmente temos visto exploração política, até escola que não vai ser nem reorganizada nem disponibilizada invadida. Não é adequado esse tipo de procedimento e prejudica os alunos porque depois vão ter de repor aulas até perto do Natal”.
-Disse.
Saresp
Mesmo com a imensa quantidade de escolas ocupadas, a Secretaria de Educação, aplica a partir desta terça, 24, as provas do Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar de São Paulo (Saresp). o objetivo é avaliar o ensino estadual e monitorar as políticas públicas de educação. As escolas ocupadas não participarão do exame este ano.
Santinho Carnavale
A escola Santinho Carnavale foi a primeira a ser ocupada por alunos protestantes contra a ocupação. Na última semana, a equipe do DiárioRP foi até o local e conversou com os alunos. Veja vídeo: