Esmeraldas, R$ 1 bi em propina: entenda operação que prendeu o auditor morador do Panorama

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Empresa em nome da mãe do suspeito declarou crescimento de R$ 411 mil para R$ 2 bilhões em dois anos.

Buscas na residência do auditor em Ribeirão Pires, foram encontrados valores em espécie e joias. Foto: Rede Globo

O aumento expressivo no patrimônio de uma empresa registrada em nome da mãe de um auditor fiscal morador de Ribeirão Pires foi o ponto de partida para que o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) iniciasse as investigações da Operação Ícaro. A ação resultou nesta terça-feira (12) na prisão do auditor Artur Gomes da Silva Neto, apontado como líder de um esquema de corrupção que teria movimentado cerca de R$ 1 bilhão em propinas desde 2021, além do fundador da Ultrafarma, Sidney Oliveira, e do diretor estatutário da Fast Shop, Mário Otávio Gomes.

Segundo o MP, a empresa — registrada no endereço Rua João Galo, 284, Panorama, Ribeirão Pires e identificada como Smart Tax — não possui estrutura para prestar serviços de assessoria tributária. Em 2021, declarou patrimônio de R$ 411 mil; em 2023, a cifra saltou para R$ 2 bilhões.

As investigações apontam que o auditor manipulava processos administrativos para liberar créditos tributários de ICMS de forma irregular, controlando todas as etapas: recebia as notas fiscais, fazia os pedidos, acompanhava a tramitação e, ele mesmo, deferia as solicitações. Em troca, recebia pagamentos mensais de propina.

Durante buscas na residência do auditor em Ribeirão Pires, foram encontrados valores em espécie e joias. Outras diligências apreenderam pacotes de esmeraldas, R$ 330 mil, US$ 10 mil (cerca de R$ 54,2 mil) e 600 euros.

Os investigados poderão responder por corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A Secretaria da Fazenda informou que instaurou processo administrativo para apurar a conduta do servidor e solicitou ao MP o compartilhamento das informações.