Loja de carros fecha as portas e vira alvo de denúncias por golpe

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Clientes relatam financiamento indevido, sumiço de valores e restrições financeiras em automóveis deixados para venda 

Loja fechou as portas e não atende os clientes desde julho. Foto: Reprodução

Moradores de Ribeirão Pires registraram boletins de ocorrência contra a loja Mauro Silva Lourenço Veículos – ME, após suspeitas de golpes aplicados pelo proprietário e pessoas ligadas à empresa, localizada na avenida Francisco Monteiro, 1934, no bairro Santana. Pelo menos três vítimas formalizaram representações criminais contra Mauro Silva Lourenço, por crimes como estelionato e fraude envolvendo veículos em regime de consignação.

Em um dos casos, um homem de 60 anos deixou um veículo Chevrolet Tracker prata para venda na loja. No dia 29 de julho de 2025, uma pessoa que se apresentou como filho do proprietário solicitou a retirada do veículo, alegando que a loja estava encerrando as atividades. O cliente recuperou o carro sem dificuldades. No entanto, ao consultar a situação do automóvel, descobriu que, em 30 de junho de 2025, o veículo havia sido financiado junto ao Banco Volkswagen S.A. sem sua autorização, gerando um gravame indevido. A vítima afirma nunca ter autorizado esse procedimento e representou criminalmente contra o comerciante.

Outro caso envolve um homem de 30 anos, que deixou um Fiat/Gran Siena em consignação na mesma loja, com contrato de venda estipulado no valor de R$ 37 mil. Segundo relato, Mauro vendeu o veículo no mesmo dia da entrega, 14 de junho de 2025, mas não repassou o valor ao proprietário nem realizou a transferência do veículo ao comprador, cuja identidade é desconhecida pela vítima. Com a loja já fechada e sem conseguir localizar o proprietário, o cliente também optou por representar criminalmente por estelionato.

A terceira ocorrência foi registrada por uma mulher de 63 anos, proprietária de um Chevrolet Onix Plus, também deixado para venda. Em 31 de julho, ela foi informada por um funcionário da loja, por telefone, que o estabelecimento estava encerrando e que deveria retirar o veículo. Após reaver o carro, a vítima constatou uma restrição de “intenção de gravame” no sistema do Banco Bradesco Financiamento S.A., feita em 17 de julho, em nome de uma terceira pessoa sem qualquer autorização dela. Ela entrou em contato com o banco para abrir contestação e formalizou denúncia junto às autoridades.

Segundo relatos, a loja encontra-se fechada desde os últimos dias de julho. Os telefones não atendem e não há informações sobre o paradeiro de Mauro Silva Lourenço. As vítimas afirmam ainda que outros moradores também foram lesados por supostas práticas similares, o que pode indicar um esquema de golpes com múltiplos envolvidos.

As ocorrências foram registradas na Delegacia de Ribeirão Pires. A Polícia Civil deve investigar os casos e avaliar o possível envolvimento de terceiros, incluindo instituições financeiras que liberaram crédito sobre veículos que não pertenciam ao comerciante.