Secretário de Guto é condenado por invadir e furtar comércios

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O Secretário de Segurança Pública da gestão de Guto Volpi (PL), Sandro Torres, foi condenado a quase três anos de prisão e a perda do cargo público por supostamente fazer parte de um esquema de furto a comércios da cidade. O Flagra aconteceu quando a quadrilha furtava dois açougues no centro da cidade. A Condenação ainda não é definitiva, e o caso foi para o Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Ele chegou a ser inocentado em primeira instância. No entanto, o Ministério Público recorreu e a justiça o condenou em segunda instância, O caso, agora, vai ao STJ, que deverá decidir definitivamente pela condenação ou inocência do réu.

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A condenação aconteceu em janeiro deste ano, e já em segunda instância, mas mesmo assim, Torres ainda continua no cargo por Guto. A denúncia se tornou pública por uma matéria da Tv Globo e do Portal G1 nesta quarta-feira.

De acordo com a matéria, as investigações apontaram que os crimes foram planejados, ou seja, não se trataram de furtos de ocasião e outras pessoas, como Guardas Municipais, também faziam parte do esquema. Para o Ministério Público, existe indícios de formação de milícia na cidade.

Ao total, seis pessoas foram denunciada à justiça. Gutembergue Martins Silva (inspetor-chefe da GCM à época) e o ajudante geral Marcelo Cruz Dallavali foram condenados pelo mesmo crime. De acordo com os autos, Gutembergue teria manipulado diretamente as câmeras de monitoramento da prefeitura pouco antes do crime. As câmeras teriam sido direcionada para outro lado propositalmente para não enquadrar os açougues. Além disso, enquanto as câmeras eram reposicionadas, uma denúncia falsa era feita para que os efetivos da GCM e da Polícia Militar se deslocassem para longe do Centro, facilitando o crime.

No entanto, logo após um outro GCM, ao perceber que as câmeras estavam apontando para a direção errada, reposicionou os equipamentos e acabou flagrando o crime.

O MP aponta também que testemunhas apresentaram elementos de prova que ligam o secretário Sandro Torres a outros delitos, como corrupção passiva decorrente de recebimento de propina de traficantes. Essa denúncia ainda está em investiguação pelo MP.

O Ministério Público continua investigando pessoas que formaram a verdadeira milícia particular dentro da GCM. Isso fez parte da investigação do Gaeco que apontou que o trabalho de segurança privada para o município era desvirtuado da função de segurança pública para que os membros da própria guarnição pudessem desviar o foco das câmeras para que crimes de furto pudessem ser praticados na comarca de Ribeirão Pires”, explicou o procurador Nadir Campos em entrevista ao G1.

Além disso, segundo a denúncia, os criminosos utilizavam a empresas de seguranças, para fornecer segurança particular aos estabelecimentos, depois que eram furtados, por eles mesmos.

“Está muito caracterizado que a empresa Ecam, e algumas outras pelas quais já haviam passado esses guardas civis municipais, todos eles encontraram uma situação de divisão da herança correspondente aos crimes por eles praticados”, pontuou o procurador.

Em entrevista à TV Globo, Torres informou ser inocente e tenta reverter a condenação no Superior Tribunal de Justiça.

Atualização: 22.04.25 

Após publicação da reportagem os advogados da Empresa ECAM enviaram a seguinte nota:

“A empresa ECAM não tem qualquer relação com o processo nº 1000166-52.2023.8.26.0505, em trâmite perante a 1ª Vara da Comarca de Ribeirão Pires, não houve qualquer denúncia por parte do Ministério Público contra esta empresa. Não tem denúncia, na sentença não tem menção da empresa, quanto menos ainda no acórdão recentemente publicado. Não houve denúncia, pelo contrário, tudo o que foi possível fazer para esclarecimentos e colaboração para justiça foi feito.”