Mãe atípica relata dificuldades na Escola Carlos Rohn II

Mães de crianças neurodivergentes relatam desorganização e ausência de suporte especializado no retorno às aulas.

O primeiro dia de aula costuma ser um momento de adaptação para pais e alunos, mas, para mães atípicas, o desafio é ainda maior. Foi o que aconteceu nesta segunda-feira (03) na Escola Carlos Rohn II, onde o cenário encontrado foi de desorganização e desamparo.

“Fui levar meu filho e, ao chegar, me deparei com crianças chorando por todos os lados, pais completamente perdidos tentando encontrar a sala dos filhos, e eu, no meio desse caos, com meu filho autista”, relata uma mãe.

Ao localizar a sala no primeiro andar, percebeu outro problema: a professora de educação inclusiva (PDI) não estava presente, apesar de o relógio já marcar 13h10. Questionando a coordenadora sobre a presença de uma auxiliar de sala – essencial para o suporte de crianças com necessidades especiais –, recebeu uma resposta desanimadora. “Entreguei o pedido da neuropediatra em novembro, mas me disseram que não há previsão de quando, ou se, haverá uma auxiliar”, desabafa.

A falta de estrutura e de profissionais para atender alunos com deficiência (PCD) é uma queixa recorrente entre famílias que dependem da rede pública de ensino em Ribeirão Pires. Mas, segundo a mãe, o que mais a indignou foi a reação da diretora da escola diante da situação. “Ela simplesmente olhou para minha cara e riu. Não entendo o que acontece nessa cidade, porque as coisas aqui não funcionam como deveriam”, afirma.

A ausência de profissionais de apoio, como auxiliares de sala e professores especializados, compromete a inclusão e o aprendizado de crianças neurodivergentes. Pais esperam que medidas sejam tomadas com urgência para garantir o direito à educação de todos os alunos.

Em resposta ao nosso questionamento a prefeitura encaminhou a seguinte nota “A Secretaria de Educação de Ribeirão Pires reforça seu compromisso com a inclusão e o atendimento adequado dos alunos atípicos da rede municipal. Sobre a situação mencionada, esclarecemos que nosso quadro docente não conta com o cargo específico de Professor de Desenvolvimento Infantil (PDI) auxiliar. No entanto, oferecemos suporte aos alunos com necessidades educacionais específicas por meio de profissionais designados conforme a demanda e análise especializada.

O atendimento aos alunos atípicos ocorre após a apresentação do laudo e a avaliação do Setor de Educação Especializada da Secretaria de Educação. Para casos específicos, contamos com o Professor A, além de auxiliares que são estudantes de Pedagogia, atuando para garantir um acompanhamento adequado dentro das possibilidades da rede.

A Secretaria está acompanhando de perto a inclusão escolar e reforça que já dispõe de auxiliares em diversas unidades. No entanto, sem a identificação do aluno citado, não é possível avaliar individualmente sua necessidade e quais medidas podem ser adotadas para oferecer o suporte adequado.

A Prefeitura de Ribeirão Pires reafirma o compromisso com uma educação inclusiva e de qualidade para todos os alunos da rede municipal.”