Manifestação aconteceu em frente à Escola Sebastião Vayego, em Ouro Fino, e reuniu mães preocupadas com a segurança dos filhos.
Na manhã desta segunda-feira (3), mães de alunos da rede pública de Ribeirão Pires protestaram contra o decreto assinado pelo prefeito Guto Volpi e pelo secretário de Educação, Raphael Volpi, que retirou o transporte escolar gratuito de crianças acima de 11 anos que moram a mais de 2 km da escola. A medida pegou as famílias de surpresa, já que o decreto foi publicado apenas em 31 de dezembro.
O protesto aconteceu na Escola Municipal Professor Sebastião Vayego de Carvalho, em Ouro Fino, e reuniu dezenas de mães preocupadas com a segurança dos filhos, que agora precisam atravessar a Rodovia Índio Tibiriçá ou caminhar por trechos de lama e áreas de mata para chegar até a escola.
Pais relatam dificuldades e insegurança
Com o início das aulas, muitas mães precisaram faltar ao trabalho para levar e buscar os filhos. Algumas crianças enfrentaram um trajeto perigoso a pé até o ponto onde o transporte escolar ainda passa.
Uma mãe que mora no Jardim Eucalipto contou que tanto ela quanto o pai da criança trabalham, e agora sua filha precisará atravessar a rodovia sozinha para chegar à escola. Outro caso preocupante foi o de uma menina de 6 anos, que também perdeu o direito ao transporte por morar a mais de 2 km da unidade de ensino.
Além da insegurança, as famílias enfrentam dificuldades financeiras. Até que o cartão do transporte público fique pronto, muitas mães precisam pagar R$ 6 por trecho, totalizando até R$ 48 diários para garantir que seus filhos cheguem à escola. “Pensei em contratar uma van particular, mas financeiramente é inviável”, relatou uma das manifestantes.
Abaixo-assinado será entregue ao Ministério Público
Além do protesto, as mães organizaram um abaixo-assinado contra o decreto. Até o momento, mais de 600 assinaturas já foram coletadas. O documento será entregue ao Ministério Público ainda nesta tarde, cobrando providências para garantir o direito ao transporte escolar das crianças.
Vereadora critica decreto e pede revisão da medida
A vereadora Fernanda Henrique (PT) participou do protesto e criticou a decisão da prefeitura. “Esse pacote de maldades no transporte escolar coloca nossas crianças em risco. O direito ao transporte escolar é garantido constitucionalmente, e essa medida arbitrária do prefeito é um absurdo. Nossos filhos não podem iniciar o ano letivo nessa insegurança”, afirmou.
Segundo um dos pais que encontrou o prefeito Guto Volpi em um comércio local e questionou a mudança e recebeu como resposta: “No começo dói mesmo, depois acostuma.” A declaração gerou revolta entre os manifestantes, que cobram uma solução urgente da administração municipal.