As tragédias que aconteceram na noite do último sábado (16), em Mauá, poderiam ter sido evitadas, é o que diz um estudo feito pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) a pedido da Prefeitura da Mauá, em 2012, e de ciência do governo do estadual, apontavam providências que poderiam evitar os deslizamentos de terra daquela noite.
O documento foi feito após a morte de seis pessoas por soterramento e afogamento em enchentes no ano de 2011. No relatório, mais de 10,6 mil moradias foram mapeadas em 30 áreas de risco em Mauá. 510 estavam em local de risco “muito alto”. Parte delas estavam na Rua Ane Altomar, que veio abaixo na madrugada de sábado. Cerca de 3 mil moradias estavam em locais de risco “alto” e, emm mais de 6 mil, o risco era “médio”, e outras 676 tinham baixo risco.
O documento entregue à Prefeitura e ao governo estadual também listou as obras necessárias para evitar os deslizamentos. No caso do Jardim Zaíra, onde ocorreram os desabamentos, uma das soluções era a construção de muros de arrimo. Na época, obras como essas custariam R$ 40 mil. Outra opção era o realocamento de moradores para casas seguras, o que custaria R$ 50 mil cada.
Em épocas de risco, os moradores de regiões suscetíveis a desastres de deslizamento ou enchente, sentem receio em permanecer em suas casas. A cidade já contabiliza 14 pessoas mortas vítimas de deslizamentos de terra desde 2002.
O prefeito Átila Jacomussi (PSB) durante seu discurso de posse, após ficar 67 dias afastado da prefeitura, além de prestar seus sentimentos, disse que a Defesa Civil trabalha forte e que todo suporte será dado aos famílias.
A tragédia
Na noite do último sábado (16), quatro crianças morreram em dois desabamentos de terra na região do Jardim Zaira, em Mauá.
Em um dos desmoronamentos, Miguel dos Santos Silva, 7 e Maria Heloísa dos Santos Sales, 1, foram soterrados após a casa onde moravam, localizada da Rua Ane Altomar, desmoronar depois da forte chuva que atingiu a região. O corpo das crianças foram encontrados pelo Corpo de Bombeiros após dez horas de buscas. A mãe das crianças, que está grávida de quatro meses, foi resgatada apenas com uma contusão no ombro. Um outro homem de 41 anos teve fratura exposta durante o acidente e também foi resgatado com vida pelo Corpo de Bombeiros e encaminhado à unidade de Saúde.
O segundo desmoronamento também deixou duas vítimas, também crianças, na Avenida Cidade de Mauá. Os irmãos Guilherme dos Santos da Vitória, 4, e José Henrique dos Santos da Vitória, 11, que foram enterrados na manhã da última segunda-feira (18). A mãe deles também foi socorrida com vida pelos Bombeiros.
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