Novos tempos em Los Angeles

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Os Lakers sempre foram acostumados a vencer. É a franquia que mais vezes chegou às finais e a segunda maior vencedora da história da NBA com 16 títulos.  O glamour de Los Angeles, o estrelato e a história de sempre ter grandes ídolos sempre foi um grande atrativo para outras estrelas. Mas desde 2011, com a nova CBA, todo esse cenário mudou.

Com as novas regras contratuais entre a liga e a associação que representa os atletas, como os Lakers operavam ao longo das décadas mudou drasticamente desde o novo acordo. Hoje, os agentes livres querem saber estritamente sobre o basquete, como o time pode levá-los a um título, quais são os planos para o futuro. Vamos pegar a reunião entre Lakers e LaMarcus Aldridge como exemplo. Jim Buss e Mitch Kupchak realizaram uma apresentação que focava em tudo, menos no esporte, menos em como o ala-pivô poderia vencer usando o purple ‘n gold. Mostraram os contratos publicitários que ele teria, como Los Angeles era bela e poderia torná-lo em uma lenda, tudo aquilo que a franquia fez ao longo de sua história. Resultado? Por respeito ao time, LMA pediu uma segunda reunião com foco no basquete. O camisa 12 acabou assinando com os Spurs.

A atual free agency foi ainda mais dura com os Lakers. Durant e Whiteside, principais agentes livres deste ano, não aceitaram marcar reuniões com a equipe.  Desrespeito? Não, muito pelo contrário. O que o time tem a oferecer a estes jogadores hoje além de dinheiro? Nada. O melhor nome que topou sentar e conversar com Jim Buss e companhia, foi Chandler Parsons e dificilmente deve vestir o roxo e dourado.

A realidade é dura. O time que nunca precisou passar por um processo de rebuild, atualmente, encontra dificuldades em se localizar na liga. O peso das cores e do símbolo estão ali. Os Lakers sempre serão os Lakers. Mas, e quanto quem comanda a franquia? Periodicamente, pessoas ligadas a diretoria da franquia, se não os próprios membros da família, soltam para jornalistas americanos como Jeanie e Jim Buss não conseguem trabalhar juntos. Aliás, é sabido que a Presidente do time apenas espera a equipe fracassar na caçada aos Playoffs da próxima temporada para tirar o irmão do cargo de Presidente de Basquete, este deu um prazo de três temporadas desde que o processo de rebuild começou para os Lakers chegarem a pós-temporada. Este prazo acaba na temporada 2016-2017, e todos nós sabemos que, dificilmente Russell, Clarkson, Ingram e Randle estarão lá.

A nova CBA equilbrou e muito as coisas dentro da liga. Todas as equipes têm dinheiro e podem oferecer o máximo aos free agents. Os Lakers precisam abrir os olhos para este novo mundo do basquete, para a nova realidade da NBA.

Mesmo jogado ao limbo, a equipe mostra sinais de que ainda há esperança em Los Angeles. O time possui um combo de excelentes novatos e que, caso atinjam o potencial esperado, farão os Lakers voltar ao topo e brigar pelo título novamente. A decisão de demitir Byron Scott é a primeira decisão acertada da franquia desde a troca que trouxe Pau Gasol à LA. Trazer Luke Walton como técnico, Brian Shaw como assistente e ter trazido Jesse Mermuys, ex-técnico do Raptors 905, que é excelente para desenvolver novos talentos, coisa que o time hoje tem de sobra.

Tudo vai ser uma questão de tempo. Os jovens se desenvolverem e se consolidarem na liga, para atraírem os melhores agentes livres das próximas temporadas. As regras mudaram, o jogo mudou. Os Lakers demoram a perceber isso. Os donos e os fãs vão ter de adaptar à nova realidade, caso não, o processo de rebuild será ainda mais penoso e demorado.