Município registra aumento expressivo na perda de vegetação e queda em índice ambiental do TCE em 2025.

Foto: Diário de Ribeirão Pires
O Brasil sedia neste ano a COP30, conferência mundial sobre mudanças climáticas que reúne líderes de todo o mundo em Belém (PA). As principais discussões da cúpula têm como foco a redução de emissões de carbono, a preservação de florestas e da biodiversidade e a justiça climática. No entanto, Ribeirão Pires segue na contramão das metas ambientais globais e se tornou referência em desmatamento de mata nativa no estado de São Paulo.
De acordo com dados recentes do Painel Verde do Governo de São Paulo, o município já desmatou o equivalente a cinco campos de futebol de vegetação nativa de forma irregular em 2025, contrariando legislações federais que tratam da proteção e recuperação das Áreas de Preservação Permanente (APPs).
O avanço da degradação também vem comprometendo nascentes de água, que têm sido enterradas por obras e intervenções urbanas sem licenciamento ambiental adequado. As nascentes são protegidas por leis federais e integram áreas de preservação permanente, cuja supressão é considerada crime ambiental.
Nos últimos seis anos, o desmatamento em Ribeirão Pires aumentou dez vezes, atingindo seu pico em 2022, quando o município perdeu o equivalente a 15 campos de futebol de cobertura vegetal nativa.
O cenário de retrocesso ambiental se reflete também no Índice de Efetividade da Gestão Municipal (IEG-M), calculado anualmente pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCESP). Em 2025, Ribeirão Pires caiu de C+ para C no indicador global de Meio Ambiente, que mede critérios como controle de desmatamento, gestão de resíduos sólidos e educação ambiental.
Na prática, a nota mais baixa indica que o TCE reconhece uma piora nas políticas ambientais municipais e menor efetividade das ações públicas voltadas à sustentabilidade.
Enquanto o mundo discute na COP30 caminhos para mitigar a crise climática, Ribeirão Pires se distancia dos compromissos ambientais, acumulando indicadores de retrocesso e falhas na gestão ambiental sob o governo Guto Volpi (PL).
As imagens do desmatamento, divulgadas recentemente em rede nacional, chocaram os moradores de Ribeirão Pires. Um vídeo de uma árvore com mais de 10 metros de altura e cerca de 30 anos foi derrubada por duas retroescavadeiras, cena que gerou forte repercussão nas redes sociais e grupos de moradores.
Ribeirãopirense: “Não deixem esse vídeo morrer.” Que sirva sempre de lembrança — especialmente às autoridades — de que crimes ambientais devem ser punidos de forma exemplar, para que não voltem a acontecer e para que as próximas gerações tenham o direito de viver em uma cidade ambientalmente equilibrado. Para muitos, o registro se tornou símbolo do desmatamento em Ribeirão Pires, cidade historicamente conhecida como a “Pérola da Serra”.


