Ambulantes são impedidos de trabalhar na região central

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Comerciantes relatam que foram impedidos de montar barracas entre a rodoviária e a estação de trem e calçadão da rua do Comércio.

Foto: Diário de Ribeirão Pires

Um grupo de vendedores ambulantes que atua há anos na região central de Ribeirão Pires procurou o DiárioRP para denunciar que foi impedido de trabalhar desde a última sexta-feira (7). Segundo os relatos, fiscais municipais informaram que os comerciantes não poderiam mais montar suas barracas no trecho entre a rodoviária e a estação de trem e no calçadão da Rua do Comércio.

Os ambulantes afirmam que a decisão foi comunicada de forma repentina e sem aviso prévio. “Eles chegaram dizendo que não poderíamos mais ficar ali, mas ninguém explicou o motivo. Sempre trabalhamos de forma correta, com cadastro e autorização da Prefeitura”, contou uma das vendedoras, que pediu para não ser identificada.

Entre os comerciantes ouvidos, há quem trabalhe no local há mais de 15 anos. Alguns relatam ter investido em novas barracas e equipamentos exigidos pela própria administração municipal, inclusive com padronização de tamanho e cor, para atender às normas de funcionamento. “Pagamos caro nas estruturas porque disseram que sem isso não poderíamos trabalhar. Agora, fomos tirados do nada”, lamentou outro ambulante.

De acordo com o grupo, muitos dependem exclusivamente da renda obtida nas vendas diárias e haviam se preparado para o período de maior movimento do fim de ano. “Temos contas, dívidas e mercadorias compradas para o Natal. Fomos surpreendidos e não recebemos nenhum tipo de orientação ou alternativa de local”, relatou uma comerciante que atua na região há sete anos.

Os trabalhadores afirmam ainda que, apesar de não terem presenciado confusões ou irregularidades recentes, receberam a informação de que a retirada das barracas seria motivada pela necessidade de “manter o local limpo e organizado”. Eles dizem não se opor a regras, mas cobram tratamento igualitário. “Queremos apenas poder trabalhar, com dignidade e dentro da lei”, completou uma das vendedoras.

Alguns vendedores, nesta segunda-feira (10), montaram suas barracas na parte superior, próximo ao ponto de Ponto de Pedra. No entanto, há preocupação, já que a área pertence à CPTM e possui a faixa tátil destinada às pessoas com deficiência visual, justamente onde as barracas estão instaladas. Os ambulantes temem ser retirados a qualquer momento, pois, segundo relatam, representantes da CPTM não dialogam com eles — apenas chegam ao local e removem as estruturas

Até o momento, os ambulantes afirmam não ter recebido resposta oficial sobre o motivo da proibição nem sobre a possibilidade de remanejamento para outro ponto. O DiárioRP entrou em contato com a Prefeitura de Ribeirão Pires para obter posicionamento sobre o caso até o fechamento da reportagem não houve retorno, caso aconteça a reportagem será atualizada.