Há semanas, o DiárioRP tem investigado possíveis crimes ambientais que têm acontecido aqui na cidade. O diferencial é que dessa vez a autorização estaria vindo direto do gabinete do prefeito.
São ao menos 30 pontos em que estariam ocorrendo desmatamento ilegal. Ribeirão Pires está em uma área de 100% de proteção de mananciais, e precisa de autorizações especiais, como a da CETESB, em alguns casos, como no terreno localizado na Rua Hugo Winter, que fica no jardim Pastoril.
A área está em uma área de preservação permanente e com vegetação de porte médio, ou seja, a Prefeitura da cidade não tem poder para autorizar o desmatamento da área, mas mesmo assim o fez, e sem sequer pedir autorização do órgão Estadual.
A própria Cetesb confirmou que em nenhum momento foi notificada pela prefeitura sobre o caso, e que deve embargar a obra, mas mesmo assim, o desmatamento só acelera a cada dia, e uma grande área verde, já virou uma enorme clareira de terra, tudo isso de forma totalmente ilegal.
O Caso não vem acontecendo de hoje. Há indícios que um esquema criminoso esteja ocorrendo dentro da prefeitura, e as decisões estariam vindo diretamente do gabinete do Prefeito.
O Diário de Ribeirão Pires teve acesso a um processo de um outro terreno, este na Avenida Franciso Monteiro. De acordo com o documento em cartório deveria haver o pagamento de uma compensação ambiental, que deveria ir para um Fundo Municipal criado em nome do Conselho do Meio Ambiente. No entanto, não há nenhum comprovante de pagamento, e o processo foi retirado da secretaria do meio ambiente e guardado a sete chaves dentro do próprio gabinete do Prefeito. Nem mesmo os funcionários da pasta ou até mesmo fiscais conseguem ter acesso a ele.
Enquanto isso, moradores próximos às áreas de desmate, sofrem em silencio com medo de sofrerem algum tipo de violência.
“A situação aqui realmente é muito difícil. Começou esse desmatamento aqui e ninguém mais tem paz. É caminhão pelas ruas o dia todo, carro pra tudo quanto é lado. Tão devastando tudo. São passáros voando desesperadamente. Já vi onça, aquela perda andando aqui na rua da minha casa, vários macacos búgio entrando aqui na minha casa. Sabe, é muito triste você escutar o barulho de uma árvore de toneladas caindo no chão. É muito triste”, disse um morador da região que pediu para não ser identificado.
A Vereadora do PT, Fernanda Henrique informou que vai acompanhar o caso: “A gente tem recebido diversas denúncias aqui em nosso gabinete sobre esses supostos crimes. Nosso papel aqui como parlamentar é acompanhas as investigações, e também entregar para o Ministério Público essas denúncias para que ele possa, no dever da sua função, apurar, e caso seja comprovado irregularidades e crime ambiental, que os responsáveis sejam punidos.”
O Ministério Público do Estado informou que, após o contato de nossa equipe, abriu um inquérito para investigar o caso. Já a Prefeitura de Ribeirão Pires, afirmou que não recebeu, nenhuma denúncia formal sobre as áreas desmatadas e que reafirma o compromisso absoluto com a legalidade, a transparência e a proteção ambiental. No entanto, consta o processo e número de autorização, criados pela Prefeitura em frente do terreno desmatado.
Tentamos entrar em contato com a Empresa Verona, responsável pela obra, mas não conseguimos encontrar nenhum telefone ou endereço cadastrados. A sede da empresa está cadastrada, onde, na verdade, é um apartamento de um prédio residencial.


