Mães de alunos de Ribeirão Pires continuam mobilizadas contra o corte no transporte escolar gratuito para estudantes acima de 11 anos que residem até 2 km da escola. A medida, determinada por um decreto do prefeito Guto Volpi e do secretário de Educação, Raphael Volpi, ainda mantém 98 crianças sem transporte, incluindo alunos com Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), dislexia e deficiência intelectual.
Na última semana, as mães procuraram o Conselho Tutelar para buscar apoio, mas, segundo informações, o órgão informou que não atende comissões e que cada mãe deve comparecer individualmente para relatar a situação do filho. Enquanto isso, algumas crianças já acumulam mais de 10 faltas devido à falta de transporte. O DiárioRP questionou o Conselho Tutelar no dia 11/02 sobre quais medidas estão sendo tomadas em relação ao decreto que retira direitos adquiridos pelas crianças. No entanto, o órgão apenas confirmou o recebimento do e-mail e não respondeu aos questionamentos.
A comissão de mães esteve a convite no escritório do deputado estadual Átila Jacomussi (União Brasil), que demonstrou apoio à causa. Na sessão ordinária da Câmara Municipal desta quinta-feira (20), o deputado estadual Luiz Marcolino (PT) também conversou com as mães e reforçou seu apoio. Além disso, está prevista para esta semana uma reunião com a deputada Ana Carolina Serra (Cidadania) na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).
Além das dificuldades enfrentadas, algumas mães denunciam que estão sendo ameaçadas e sofrendo pressões para que desistam das reivindicações. Segundo relatos, as ameaças estão partindo da Secretaria de Educação. Durante a sessão do dia 20, a vereadora Fernanda Henrique (PT) voltou a cobrar a presença do secretário Raphael Volpi na Câmara para prestar esclarecimentos sobre o decreto, principalmente em relação a um vídeo em que ele menciona supostas fraudes no cadastro do transporte escolar.