Família descobre exumação não autorizada em jazigo de cemitério municipal e busca confirmação da identidade dos restos mortais.
Uma moradora de Rio Grande da Serra se surpreendeu ao visitar o túmulo de sua mãe e descobrir que o local havia sido exumado sem autorização da família. O caso, que ocorreu no Cemitério Municipal São Sebastião, envolve a Prefeitura da cidade, que teria retirado os restos mortais para abrir uma passagem interna no cemitério, sem notificar os familiares, como exige o contrato de locação do jazigo temporário. O boletim de ocorrência foi registrado pela família na tentativa de buscar explicações e verificar a identidade dos restos mortais exumados.
A mãe da moradora faleceu em outubro de 2019, vítima de infecção após anos de luta contra a leucemia. Sem condições para um jazigo permanente, a família optou pelo aluguel temporário com garantia de até sete anos de permanência, mas foi informada que a exumação aconteceu após menos de quatro anos. “Eles me procuraram no ano passado dizendo que exumariam minha mãe, mas não havia completado os quatro anos. Expliquei que o contrato era de sete anos, e agora fui ao cemitério e a sepultura já não estava mais lá”, relatou a mulher, consternada.
Ao questionar a administração do cemitério, a moradora foi levada a uma sala utilizada como ossário e encontrou sacos de restos mortais, alguns sem identificação. Ela teme que, se não tivesse ido ao local, os restos mortais de sua mãe poderiam ter sido incinerados. “Os sacos estavam acumulados, com sujeira e resíduos, mas a etiqueta no saco que entregaram estava branca e limpa. Como posso ter certeza de que são realmente os restos da minha mãe? E há outras 17 famílias afetadas.”
A Prefeitura de Rio Grande da Serra afirmou que publicou um informe no Diário Oficial sobre as exumações, mas a moradora argumenta que a medida não alcança a maioria da população e questiona a falta de contato direto, já que a administração possuía o número e endereço dos familiares. Em busca de confirmação, ela solicitou um exame de DNA para garantir que os restos mortais entregues realmente pertencem à sua mãe.
Até o momento, a Prefeitura de Rio Grande da Serra não se manifestou oficialmente sobre o caso, e a matéria será atualizada conforme novas informações forem disponibilizadas.