Mortandade de peixes no Rio Grande volta a preocupar moradores de RGS

Mais uma vez, o Rio Grande, na região de Rio Grande da Serra, um dos principais mananciais da Região Metropolitana de São Paulo e abastece a Represa Billings, e que fornece água para o Grande ABC, registra o aparecimento de peixes mortos em grande quantidade. A Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) e o MDV (Movimento em Defesa da Vida do Grande ABC) receberam denúncias sobre a mortandade dos animais na última semana. As informações são do DGABC.

Essa é a terceira ocorrência registrada no local em cerca de oito meses. Equipes do MDV, incluindo o presidente interino, José Soares da Silva, estiveram no local e constataram as denúncias. Foram solicitadas averiguação das autoridades municipais e da Cetesb.

O IPH-USCS (Índice de Poluentes Hídricos da Universidade Municipal de São Caetano) também realizou testes no lugar. Segundo Silva, a maioria dos peixes, devido ao baixo volume do rio, à tubulação e à grande concentração de aguapés, fica estacionada em alguns pontos da bacia e está, aos poucos, se deslocando pelo canal.

O temor é que o material que matou os peixes siga o curso do Rio Grande e chegue até a estação de captação da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), em São Bernardo, que abastece parte do Grande ABC. Em nota, a Sabesp afirmou que monitora constantemente a qualidade da água captada para tratamento e não encontrou anormalidades na captação do Sistema Rio Grande. “Devido à grande distância do evento apontado no município de Rio Grande da Serra em relação à ETA (Estação de Tratamento de Água), não há risco de impacto na água fornecida à população”

Já a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado São Paulo), responsável pelo controle, fiscalização, monitoramento e licenciamento de atividades geradoras de poluição, afirmou que teve conhecimento da ocorrência de mortandade de peixes no Rio Grande, próximo a um ponto de monitoramento da companhia. O órgão disse que mobilizou uma equipe formada por técnicos do laboratório e da Agência Ambiental do ABC I para fazer uma vistoria, tendo sido realizada coleta de água. A companhia alega que é necessário o resultado das análises para tentar identificar causas e formular as próximos ações.

Já a fiscalização da Prefeitura de Rio Grande da Serra alegou que mandou uma equipe até o local, para averiguar as condições da represa. Contudo, os fiscais alegaram que não localizaram peixes mortos.

O MDV suspeita de que o fato possa ter relação com atividades da Unipar, empresa química de Santo André que fica próximo ao local. Contudo, a empresa relata que faz análises periodicamente e não tem verificado nenhuma anormalidade. Devido ao episódio, a Unipar realizou novas análises, mas não encontraram nada divergente relacionado a Unipar.

Em 2023, a Prefeitura de Rio Grande da Serra já havia iniciado investigação para apurar contaminação nas águas da cidade. O paço divulgou laudos em dezembro descartando contaminação química, resultando como inconclusivos. Neste ano, descarte de esgoto teria sido o motivo para a morte dos animais.