O Prefeito de Ribeirão Pires, Guto Volpi (PL) orientou sua equipe a criar um jornal para atacar adversários políticos no ano eleitoral. A tática é que o falso veículo de comunicação divulgue as mensagens que o atual chefe do executivo queira.
O jornal, na verdade, não existe e é utilizado apenas como panfleto político para o atual prefeito atuar de forma irregular durante o ano eleitoral. De acordo com informações obtidas pela equipe do DiárioRP, o responsável por toda a operação é Marcio Pereira de Souza, que ocupa a vaga de Assessor Especial de Governo dentro da Prefeitura Municipal. O site do jornal, inclusive, como mostra documentos oficiais, está registrado no nome e CPF de Souza. No entanto, em nenhum lugar é possível encontrar um CNPJ de alguma empresa verdadeira, conforme determina a lei, nem no panfleto distribuído, nem no site indicado no próprio folheto.
O Curioso é que Márcio tem um salário de cerca R$ 9.000,00 (nove mil reais) bruto, ou seja, ainda sem considerar todos os descontos exigidos por lei, o que inviabiliza a operação de impressão e distribuição de porta em porta, como foi realizado no panfleto. Até mesmo porque não há anuncios de comerciantes e/ou empresas no impresso.
Durante a distribuição, funcionários da prefeitura e até mesmo o próprio vice-prefeito, Rubens Fernandes da Silva, o Rubão, foram vistos entregando o material irregular. O descaso e certeza de impunidade é tão grande, que até fotos nas redes sociais foram publicadas por eles. O material também foi entregue e em prédios públicos como própria prefeitura e o cemitério municipal. Ainda no jornal distribuído, os responsáveis também colocaram a logo da TV Bandeirantes para tentar dar credibilidade ao nome do jornal fictício, mas que não tem nenhuma ligação com o caso.
Foi esse mesmo caso que em 2012 anulou a candidatura de Dedé da Folha, que saiu vitorioso nas eleições daquele ano, mas teve a candidatura cassada por utilizar o seu jornal para fazer política, entregando o cargo para Saulo Benevides.
Questionamos a prefeitura e o próprio Márcio sobre as possíveis ilegalidades apresentadas nesta matéria e quem pagou pela impressão e distribuição do jornal, mas até o momento não obtivemos nenhuma resposta.