Há alguns dias, iniciamos a série de reportagens sobre os vereadores da cidade. Ao todo serão 17 reportagens mostrando o trabalho dos parlamentares municipais. Nos textos, nossos jornalistas também darão a opinião sobre o trabalho de cada legislador. Toda terça e quinta, sairá uma matéria nova. Na última quinta-feira (14), o vereador da vez foi Edmar Oldani.
O oitavo parlamentar da lista é o vereador José Nelson da Paixão (PATRIOTA), mais conhecido apenas como Paixão. Figura popular e querida de munícipes, o político está no seu terceiro mandato consecutivo. Talvez, os leitores que acompanham a série tenham percebido um padrão em muitos parlamentares de Ribeirão Pires. Os vereadores que analisamos até agora, em sua maioria, são carentes de ideias, atitude e abertura para entender a realidade dos moradores de um jeito amplo. Alguns ficam presos às próprias bolhas, e tentam suprir as demandas das causas que os elegeram, e isso seria fazer o mínimo, por assim dizer. O grande problema de Paixão é que ele consegue decepcionar mesmo a quem não tinha expectativa alguma a respeito de seu trabalho.
No último mandato, o vereador fez um bom trabalho através de indicações. No ano de 2019, por exemplo, ao todo foram 830 indicações, majoritariamente voltadas para manutenção, capinação e limpeza. No entanto, em 2020, esse número caiu para 152. Ainda mais, até outubro deste ano, já no novo mandato, Paixão fez 10 indicações, um número baixíssimo se comparado com os anos anteriores em que esteve na esfera pública.
De acordo com nossa pesquisa, dos projetos de leis de autoria do vereador, apenas dois estão em vigor, uma alteração ao artigo 66 de 2013 e um nome de rua em 2015. Para o ano de 2021, José Nelson da Paixão não apresentou nenhum PL relevante. O parlamentar, acaba fazendo justiça aos comentários de muitos leitores indignados nas publicações de política. É apenas uma cadeira ocupada, incapaz de produzir algo expressivo para a Estância. Paixão ganha a população apenas por apelo nostálgico e carismático, mas como vereador, não age, não faz. O que é uma pena, pois poderia trazer boas pautas para a comunidade negra, por exemplo, ou propostas voltadas para a economia e o comércio local, já que foi comerciante por tantos anos, mas não é o que encontramos. Este é o primeiro caso da lista que não se pode culpar inexperiência, Paixão é político de longa data, só que com ele ou sem, dá no mesmo.
