Há algumas semanas eu fiz um artigo questionando sobre a fiscalização da Câmara Municipal de Ribeirão Pires. Eu, que costumo acompanhar todas as sessões, cheguei a ser hostilizado após a publicação deste meu artigo por alguns funcionários da casa de leis. No entanto, quem conhece a trajetória do Diário de Ribeirão Pires e a minha, sabe que não é isso que vai abalar a nossa dedicação e nos fará parar de investigar o que acontece no poder público de nossa cidade.
Na época, meu artigo se referia a um projeto de lei que queria que todas as licitações da prefeitura passassem pela Câmara Municipal da cidade para apreciação dos vereadores. Pois bem, e eu vos pergunto: Se os vereadores não conseguem sequer fiscalizar o que acontece dentro da casa de leis, vocês acham mesmo que eles terão a capacidade de fiscalizar todas as licitações do Poder executivo, que, aliás, já é prerrogativa deles fazerem isso, mas não fazem.
Um exemplo da alta ineficiência de boa parte de nossos vereadores, é o fato de sequer a Comissão Parlamentar de Inquérito da saúde (CPI) ter saído do papel. Na hora de chamar a imprensa e dar entrevista falando que vai abrir a CPI e que vai investigar, eles chamam. O que pega é na hora de atuar, já que nem sabem por onde começar. Fora isso, existem as licitações da própria casa de leis, que os legisladores pouco se importam, ou pelo menos fingem não se importar, como por exemplo, a matéria de capa que o Diário de Ribeirão Pires publica na edição de hoje.
Em Setembro deste ano, a Câmara pagou mais de 4 mil reais em cada aparelho de ar condicionado, só que em pesquisa em diversas lojas, foi possível encontrar o mesmo equipamento, por um valor muito menor. Apenas nessa brincadeira, a câmara teria pago R$ 45.915 a mais que o valor de mercado do produto, já incluso o valor da instalação orçado com a própria empresa que instalou na Câmara Municipal. Acho que já está na hora de nós, o povo, começarmos a questionar de verdade o que está acontecendo nessa cidade.