O Bairro da Pedreira, em Rio Grande da Serra, continua sendo alvo de demolições e descaso da Prefeitura do município. o Prefeito Gabriel Maranhão (PSDB) ordenou a retomada das ações que haviam sido pausadas no ano passado por motivos de embargo da CETESB as obras do Parque Linear.
Porém, mesmo com as obras embargadas e com as mãos atadas quanto a qualquer atitude dentro do Bairro, a Prefeitura demoliu mais casas recentemente e uma equipe do Diário de Ribeirão Pires compareceu no local para averiguar a situação.
Assim que chegamos, moradores relataram que tem sofrido pressão psicológica por parte dos funcionários da Prefeitura que comparecem com as máquinas. Dizem ainda que, os que não aceitam o aluguel social que a Prefeitura oferece, no valor de 450 reais, são hostilizados com palavras de ordem para que saiam de suas casas mesmo assim. Segundo moradores, um dos funcionários teria dito, inclusive, que passaria com as máquinas por cima dos residentes caso eles não saíssem do local.
João Neguinho, morador centenário do bairro e do município, trabalha como artesão em uma oficina própria, construída na parte detrás de uma das casas que foram derrubadas ainda nesta semana. “Eu não tenho pra onde ir, já estou sem trabalhar fazem uns 3 meses por causa dessa situação. Hoje eu estava dormindo e ouvi o barulho das máquinas umas 06:00 e pouco da manhã, eles chegam derrubando e nem avisam ninguém. Pra mim, eles são assassinos, isso sim.”, disse João em um relato forte.
João comentou ainda sobre o atual Prefeito de Rio Grande da Serra, Gabriel Maranhão (PMDB): ” Pra mim, esse é o pior prefeito que colocaram nessa cidade, mexendo com as pessoas centenárias do município. Minha família e eu moramos aqui há gerações, desde 1945.”
Problemas Jurídicos
Em contato com a advogada que está cuidando do caso e também com um líder do grupo “Núcleo Resistência”, o DiárioRP tem coletado informações sobre como anda o caso juridicamente.
Segundo a profissional do Direito, todas as medidas legais cabíveis tem sido tomadas para que as demolições possam ser impedidas. De acordo com a mesma, os que chegam com as máquinas para derrubar as residências, tem exercido poder de polícia, levando apenas a notificação para apresentar aos moradores.
“Os trâmites jurídicos seguem emperrados. O Juiz que está cuidando do caso ainda não cedeu resposta positiva para as demolições seguirem do jeito que estão seguindo”, disseram os residentes
O jeito que as vítimas tem encontrado para se proteger das demolições são as chamadas as viaturas policiais, que tem conseguido fazer a intermediação entre população e governo.
