Sempre fui uma pessoa extremamente ‘mente aberta’ para diversas coisas. Principalmente em questões artísticas, ou de movimentos urbanos, como o Hip Hop e diversos outros.
Desde pequeno, por exemplo, já era atuante em movimentos sociais e sócio-ambientais. Por muitos anos fui voluntário do Grenpeace Brasil, que por diversas vezes, cheguei a ir às ruas pelo o que eu acreditava.
No entanto, nos últimos meses, tenho acompanhado uma teoria que vem se propagando, principalmente na cidade de São Paulo. Algumas pessoas vem chamando o ato de pichar de ‘movimento cultural urbano’, ‘protesto das ruas’, entre outros.
Chamar algo de ‘cultural’ é meio complexo, afinal de contas, qualquer coisa pode ser cultural, não é mesmo?! De acordo com o Dicionário da Língua Portuguesa, Cultura, nada mais é que um “Conjunto de conhecimentos, costumes, crenças, padrões de comportamento, adquiridos e transmitidos socialmente, que caracterizam um grupo social.”, ou seja, posso afirmar que matar também faz para da cultura dos traficantes do Rio de Janeiro, assim como roubar dinheiro público faz parte da cultura de diversos políticos, lá em Brasília, denunciados em diversos esquemas fraudulentos. Ou seja, só porque você usa o argumento de que algo é cultural ou faz parte da cultura de algum grupo social, não significa exatamente que isto seja correto ou que deva se perpetuar.
No caso das pichações, mais especificamente, se trata de um crime previsto em lei, com pena de prisão de até um ano. O ato de pichar não apenas polui visualmente toda uma cidade, como também fere diretamente o bolso do proprietário do imóvel, que terá que pagar para restaurar o bem depredado.
Agora, Ribeirão Pires, assim como outras cidades, poderá ter uma lei mais severa em questão ao pichador, pois sabemos que vai doer diretamente no bolso dessas pessoas. No entanto, me pergunto se a fiscalização será realmente eficaz, já que não adiantará nada fazer uma lei sem pessoas na rua, para flagrar os infratores. Estarei acompanhando.