Há algum tempo, escrevi neste espaço uma crítica a medida, imposta pelo Ministério Público de São Paulo, de torcidas únicas em clássicos paulistas. A “solução” já havia sido testada em outros locais e falhou, mas por que aqui seria diferente? Na última quarta-feira (6), vimos que de nada adianta a nova regra.
Uma torcida organizada do São Paulo, após a partida qual o Tricolor foi derrotado por 2 a 0 pelo Atlético Nacional-COL, transformou os arredores do Estádio do Morumbi em uma verdadeira praça de guerra. A briga contra a Polícia Militar forçou vários torcedores a permanecerem nas arquibancadas até que o confronto acabasse. Ainda houve denúncia de uma tentativa de estupro a uma mulher durante a confusão e várias reclamaram de tentativas de assédio. Repito a pergunta: Será que torcida única é a solução mesmo?
Jogos sem os torcedores adversários é triste. É a falência do futebol e do estado. Mas aqui, como sempre, a decisão mais simplória é adotada. Usavam os mastros das bandeiras para brigar, e o que fizeram? Simples, tiraram as bandeiras dos estádios. E os brigões, o que aconteceu? Nada. Estão aí até hoje aproveitando da ineficácia de nossos governantes.
Várias pessoas já morreram por conta destes marginais e estas vidas perdidas não serviram para abrir os olhos da estado sobre o problema que o futebol enfrenta. É só ver como a Inglaterra tratou os hooligans e ainda os trata. Acabou com as brigas? Não, mas deu segurança aos torcedores de irem ao estádio em segurança.
O Brasil precisa urgentemente de uma legislação que funcione para que aqueles que destroem o futebol e que afastam os torcedores dos estádios sejam banidos do esporte. Não é difícil, apoio não vai faltar. Basta querer.