Com Tite, a Seleção melhora. Mas e o futebol brasileiro?

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No início da última semana, a Confederação Brasileira de Futebol anunciou Tite como novo técnico da Seleção, atendendo aos pedidos de boa parte dos torcedores, dos jornalistas e dos patrocinadores. Mesmo defendendo a continuidade do trabalho de um treinador, não era mais possível que Dunga ficasse à frente da equipe. O time não possuía padrão tático, era ruim ver o Brasil jogar. Não dava graça e muitos chegavam à torcer contra dado o nível baixo de futebol apresentado pelo time.

Com Tite, a Seleção ganha uma sobrevida. Em 2015, ele fez o Corinthians jogar o futebol mais bonito do país e sagrou-se Campeão Brasileiro, já em 2016, mesmo com o desmanche sofrido pela equipe paulista, soube remontar o time com as opções que tinha e deixou o Timão entre os quatro melhores times da competição. Espera-se que com as opções que o Brasil têm, que Adenor tenha um sucesso parecido e faça o time jogar um futebol moderno e que dê padrão tático e senso de equipe ao time, coisa que falta desde a Copa de 2010.

Discordo quando falam que o Brasil não tem bons jogadores. Como antigamente, isso é fato. Mas hoje, temos atletas que são tão bons quantos aos de qualquer Seleção, fora Messi e Cristiano Ronaldo que estão em outro nível em comparação aos restante dos jogadores. Neymar, William, Philippe Coutinho, Firmino, Lucas, Casemiro, Douglas Costas, Marquinhos devem mostrar um futebol muito melhor com Tite do que com Dunga, pois, o primeiro consegue adaptar o esquema de jogo aos jogadores que têm, enquanto o segundo, mostrou-se incapaz de fazer isso.

Mas e o futebol brasileiro? Nada muda. Adenor vai servir como um escudo da CBF. As competições, bem como o sistema ultrapassado, vão continuar. Normas que melhorem a competitividade e a qualidade dos torneios não devem vir com o atual pensamento dos gestores da entidade. O Brasil terá um técnico moderno, enquanto nos bastidores, o mesmo modelo antiquado permanecerá.

A Seleção Brasileira deve resgatar aos poucos o carinho perdido. Enquanto o futebol praticado por aqui, este sim, vai continuar sofrendo e afastando mais e mais torcedores dos estádios.