O Programa Mais Médicos é uma estratégia para levar cuidados médicos aos locais mais deficitários neste Departamento, além de prever também, a reforma e construção de Unidades Básicas de Saúde para estas mesmas localidades. Com o apoio dos Estados e Municípios, o Programa já conseguiu levar em todo o Brasil, quase 20 mil médicos, sendo que mais de onze mil são cubanos. Desse modo, o programa, de uma maneira ou de outra, com polêmicas e soluções, levou profissionais da saúde a postos onde, famílias reclamavam da falta de atendimento especializado.
Em Rio Grande da Serra, o Vereador Cleson Alves (PMB), há pouco mais de duas semanas comentou durante a sessão da Câmara dos vereadores, que a Secretaria de Saúde estaria tendo problemas para renovar o contrato.
“Para todos os convênios firmados com o Governo Federal, é necessário uma série de documentos e certidões. Isso é fácil. A prefeitura tem somente que se preocupar com estadia e alimentação, mas com tantos problemas de cunho financeiro, com todo esse imbróglio envolvendo a divida com a Fundação [ABC], acho que podemos correr riscos”,
– Disse o vereador, que completou:
“Não estou aqui para o ‘quanto pior melhor’. Não podemos deixar que os serviços básicos de nossa cidades parem, precisamos desse convênio. Já pensou ficarmos sem os oito ou nove médicos que temos aqui?”
– Fomentou Cleson.
A Saúde local, há meses, vem sendo pauta constante nos debates entre os vereadores, e esta nova preocupação, se alia a outras que podem causar, como dizem os parlamentares de oposição, “um colapso na Saúde”.
Em contato com a Prefeitura de RGS, questionamos as informações recebidas e, mais uma vez, não obtivemos resposta da Secretaria de Saúde, que não informou se a cidade corre riscos de perder o convênio.
Ribeirão Pires, por exemplo, conta hoje com 18 médicos cubanos. No ano passado, dois foram expulsos do Brasil devido uma investigação mal feita por parte da Administração local, que constatou como verdadeira uma acusação de tentativa de abuso sexual. A ação gerou revolta em diversos pacientes e colegas de trabalho, que entregaram um abaixo-assinado pedindo o arquivamento do processo. O que pareceu dar certo, pois, após a pressão popular, a Prefeitura investigou e apurou que as denúncias poderiam ser falsas, mas era tarde demais.