Na tarde de quarta-feira (13), a população marcou presença na sessão da Câmara de Rio Grande da Serra, onde foram discutidos principalmente dois projetos de mudança no regimento interno da Casa. O primeiro deles, era com relação ao aumento do número de assinaturas cabíveis à leitura de requerimentos. Antes, eram necessárias apenas três assinaturas para que os documentos fossem lidos em sessão, com o projeto do Vereador Claurício Bento (DEM), aprovado ontem, o número passa a ser de cinco assinaturas, dificultando, por exemplo, que determinados documentos da base opositora, que hoje é composta por quatros vereadores, Edvaldo Guerra (PMDB), Cleson Alves (PMB), João da Psiu, (PT) e o também petista Benedito Araújo.
“É claro que isso é uma manobra antiga, feita para calar a voz da oposição dentro desta Casa. Infelizmente somos minoria aqui dentro, e eles conseguiram passar este documento, o que já vinham fazendo há algum tempo, não assinando nossos documentos; enfim, os vereadores da base da situação estão assinando o que o “Rei” manda.”
– Disse o vereador Benedito.
Os vereadores da base aliada ao Governo dizem que é apenas uma tentativa de aumentar a eficiência da Casa.
“Os vereadores da oposição se preocupam apenas em atacar a atual gestão, não trazendo à esta Casa de Leis, projetos que realmente edifiquem e sejam benéficos à população. Tendo em vista esta prática política suja, nós achamos por bem, fazer com que isso seja eliminado dentre nós.”
– Defendeu Claurício.
No entanto, o que mais chamou a atenção foi a falta, não explicada, de dois vereadores da base governista. Os parlamentares Silvio Menezes (PMDB) e Agnaldo de Almeida (PSDB) não estiveram presentes na sessão, o que levantou alguns rumores entre alguns presentes, que afirmavam que ambos estariam tentando não votar os projetos polêmicos da ordem do dia, evitando confronto com a população e um possível desgaste com o Governo.
O segundo projeto votado e aprovado foi a mudança de horário das sessões. Agora, os trabalhos começam no mesmo dia, quartas-feiras, mas à partir das 10h, o que foi repudiado pela base opositora e pelos presentes.
“Com base em que estudo estes vereadores estão mudando o horário da sessão? Com a desculpa?”,
– Questionou a professora de artes Diana Tabareli Matias, ao final da sessão.
Não respondida pelos vereadores, Diana disse não ser a primeira vez que levanta voz em uma sessão, e que não é respondida.
“Sou apenas uma professora, apartidária; não pretendo sair candidata, apenas gostaria que a política fosse debatida com maior abrangência.”
– Finalizou a professora de artes que foi acompanhada por vários munícipes que indicavam o horário das 19h como o ideal para a realização das sessões.
Ainda não está certo que se a sessão do dia 20 de abril, será às 10h, pois ainda é necessário que seja publicado no Diário Oficial, mas para o vereador Cleson Alves, “para este tipo de manobra suja, essas coisas eles conseguem rápido”.