Heróis são seres que sempre derrotam o inimigo. Não importa a dificuldade, o desafio que têm pela frente, eles vão superar as adversidades. Por mais que os caminhos em que as histórias nos guiam mostre o contrário, no final, de um jeito ou de outro a vitória virá. Entretanto, os contos heroicos jamais mostraram o único vilão que é impossível de ser vencido, o tempo.
Ele passa de maneira rápida, serve para aprender, amadurecer, conquistar. Mas da mesma forma em que dá coisas, como num passe de mágica, o tempo passa a derrotar os nossos heróis. Coisa que só nós, meros mortais deveríamos enfrentar. Mas eles? Seres, que no imaginário de crianças e adolescentes, são indestrutíveis.
Todos nós vimos nossos jogadores prediletos, seja de qual esporte for, fazerem coisas absurdas. Eles não deveriam ser derrotados. Deveriam ser eternos, não poderiam envelhecer, muito menos sentir as dores de longos anos de combate. Infelizmente, essas coisas ficam somente na imaginação.
Na quarta-feira (13), o mundo vai se despedir de um dos maiores astros da história do basquete. Do herói de muitas crianças, adolescentes e até mesmo adultos. Ele me fez amar o basquete. Me fazia ficar até às 4h da manhã vendo os jogos porque eu sabia que algo de incrível seria feito por ele. Tantas vezes fui aos meus compromissos acabado de sono, mas sem arrependimento nenhum. Eu e tantas outras pessoas tínhamos esse mesmo sentimento. Não importa o que fosse, tinha de vê-lo jogar. Mas está chegando a hora de dizer adeus.
Kobe Bryant, o maior pontuador da história dos Lakers, 3º maior pontuador da história da NBA, pentacampeão, 18 vezes selecionado ao jogo das estrelas, um prêmio de MVP (melhor jogador da temporada) e dois de melhor jogador das finais
Dono da 2ª maior pontuação em uma partida da NBA, 81 pontos. O jogador destas e de outras marcas, deixará as quadras de basquete depois de 20 anos. Uma página enorme da história do basquete vai se virar. Outros ídolos virão, como acontece em todo esporte. Mas só existirá um Kobe.
Kobe foi e continuará sendo Kobe, enquanto a bola laranja continuar quicando nas quadras e na memória de todas aquelas pessoas que o viram jogar por duas décadas. O jogador de feitos incríveis já não consegue mais fazer as mesmas coisas, que agora, vão ficar registrados na mente dos fãs do esporte.
O tempo venceu, mas só por um instante. Jogadores deste calibre sempre tem uma carta na manga. Assim como foi com Michael Jordan, Magic Johnson, Kareem Abdul-Jabbar, Larry Bird, Bill Russell e tantos outros. O que o tempo não contava é que todos estes caras excepcionais virariam lendas, e isso ninguém consegue apagar. Com capítulos bons e ruins, ela sempre vai continuar ali. Sendo contada de geração para geração.
Mesmo quando o tempo cobrar o preço mais caro, a lenda vai continuar viva. Kobe e todas as outras lendas sempre odiaram perder, mas acharam uma forma de derrotar o adversário mais duro que eles enfrentaram ao longo de suas carreiras. É o trabalho dos heróis.
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