Futebol profissional?

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Diz a lenda que os jogadores de futebol ganham muito dinheiro. Vivem de festas, carros importados, roupas de marca e todos os confortos e regalias que o dinheiro pode proporcionar. Se eu te contar que esta visão está totalmente errada? Que 82% dos atletas ganham até R$ 1 mil? E que tem torcedor fazendo vaquinha para ajudar os jogadores que estão com os salários atrasados?

O Batatais, um dos líderes da Série A-2 do Paulistão, não paga os jogadores há mais de dois meses. Mesmo assim o time ocupa a 4ª posição da Série A-2 do Paulistão e é forte candidato à figurar entre a elite do futebol paulista em 2017. Os atletas até já deixaram de treinar e ameaçaram não entrar em campo caso o problema não fosse resolvido. Para ajudar os jogadores do Fantasma, os torcedores decidiram fazer a famosa “vaquinha” nos jogos da equipe e doar o dinheiro aos profissionais. Uma atitude nobre e que deve ser aplaudida, porém, ao mesmo tempo ela é triste e mostra a realidade do futebol brasileiro.

Quando acabar o torneio o que a diretoria do Batatais fará para pagar os atrasados? A defasagem do calendário futebolístico brasileiro é crítica. Muitos clubes ficam meses sem jogar e vários jogadores ficam sem emprego e sem ter como sustentar as famílias. O que tem destruído pouco a pouco os times do interior não é o crescimento dos grandes, mas sim, a falta de atualização e de um sistema moderno, que garanta que tenham jogos o ano todo para os clubes de menor expressão. Do que adianta ter partidas oficiais por seis meses e depois não ter mais nada? Por que não criam novos torneios? O futebol do interior sempre foi um celeiro de craques. Sócrates, Juninho Paulista, Ronaldo, Neto e entre outros tantos vieram de lá para brilhar nos grandes times. Curiosamente, desde quando as praças esportivas de menor expressão começaram a morrer a qualidade do futebol também foi caindo.

Mais de 23 mil jogadores recebem um pouco mais do que um salário mínimo. Pouco menos de quatro mil jogadores ganham até R$ 5 mil. Apenas 4% ganham mais de R$ 10 mil. E menos de 1% ganham salários superiores a R$ 50 mil. Detalhe, só um jogador recebe salário acima dos R$ 500 mil. A realidade é bem diferente do que contam ou do que acreditam ou de como enxergam os dirigentes do futebol brasileiro. Passam anos e nada é feito para ajudar aqueles que fazem o futebol encantar milhares de apaixonados, os jogadores.