Conselho de Patrimônio programa ato contra shopping

fábrica de sal_editada
Fábrica de Sal pode ser demolida para construção de shopping – Foto: DiárioRP

A possível construção de shopping no terreno da antiga Fábrica de Sal causou discussão na cidade na última semana e dividiu opiniões, sendo que alguns moradores são favoráveis a construção enquanto outros condenam a demolição do edifício. A matéria não está na Ordem do Dia da sessão da próxima segunda-feira (1º), mas tramita na Casa e pode entrar como urgência.

O Conselho de Patrimônio tem ato contra a construção de shopping programado para o mesmo dia e horário da primeira sessão da Casa de Leis ribeirão-pirense em 2016. A intenção é reunir historiadores, pesquisadores e memorialistas da região em ato de defesa do Moinho Fratelli Maciotta.

Em documento enviado à imprensa, o conselho elenca 10 motivos para a preservação do local. O fato da antiga Fábrica de Sal ter sido o primeiro moinho a vapor do Estado de São Paulo, sendo o segundo mais antigo da Brasil, com 117 anos, foi um dos pontos abordados no documento. A técnica de construção civil aplicada pelo engenheiro italiano Frederico Maciotta, com fundação de pedra, argamassa de saibro, tijolos de olaria e o não uso de nenhuma armação de ferro também foi destacada.

O texto ainda diz que o conselho “não quer mais um Best Shopping no ABC”, se referindo ao centro de compras de São Bernardo, que teve processo de demolição iniciado em junho do ano passado após passar por 15 anos abandonado.

O Conselho de Patrimônio ainda afirmou que protocolou, em agosto de 2015, pedido de tombamento do prédio no CONDEPHAAT (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico). Neste momento, o processo tramita no órgão. A reivindicação do conselho é de que o local seja mantido com um sítio arqueológico para visitação.

Erguido em 1898, o edifício Dom Helder Câmara, antiga Fábrica de Sal, foi feito para ser um moinho de trigo, mas teve essa utilidade por um curto período.

Poucos anos depois acabou se tornando a Fábrica de Sal Cotolessa, que até o ano de 2003 desempenhou atividades no local, comercializando o cloreto de sódio que, alguns anos depois, contaminaria as estruturas.