Robson Miguel fala sobre seu castelo inspirado no violão

Com formação em violão clássico, Robson Miguel aprendeu que o violão nasceu em castelos. No Brasil, houve tempos em que o instrumento foi considerado instrumento de pobre e boêmios, fruto do preconceito. Há 15 anos, surgia o sonho de construir um castelo cuja majestade fosse o violão.

Ao voltar da Espanha, o músico dava aulas de violão, quando o pai de uma aluna veio a falecer e a família colocou à venda duas pequenas chácaras, na  4ª Divisão, em Ribeirão Pires. Eles estavam vendendo bem barato, 340 mil cruzeiros, o que, hoje, valeria 40 mil reais pelos dois imóveis. Esse valor seria dividido entre os cinco irmãos:

“Quando observei que tinha uma pedra que terminava num brejo, pensei: ideal para construir um castelo, porque os mais belos castelos da Europa são construídos encostados na rocha. Então, a construção foi baseada em 78 castelos europeus que visitei.”

– conta Robson.

“Esse cara está louco, ele não vai conseguir construir um castelo, isso requer muito dinheiro!”, “Mas por que construir um castelo em Ribeirão Pires? Que ideia mais maluca!” – eram essas as opiniões ouvidas quando as pessoas souberem do projeto do músico. Ele juntou dinheiro durante dez anos em uma caderneta de poupança para conseguir realizar o sonho.

 

São 2056m de área construída – a junção da duas chácaras é 4000m. O castelo já foi até tema de trabalhos de conclusão de curso de universitários.

“Eu tenho orgulho em dizer que que não houve dinheiro de prefeitura, nem de lei de incentivo. Tudo foi feito com dinheiro de show, aulas, DVD.”

– orgulha-se.

Robson vai mais além e explica o motivo da empreitada:

“O castelo foi construído para ser um ponto histórico e turístico também. Uma cidade turística tem que fazer uma parceria com os empreendedores locais, que são os empresários, que vão construir hotéis, pousadas, etc. Mas eu não sei o que acontece com os prefeitos que já passaram por aqui, que até hoje nunca me chamaram para uma parceria. Estamos numa espera, mas até as leis aprovadas vão na contramão do castelo.”

– desabafa.

Inicialmente, havia o desejo de se costruir um espaço para festas. Robson diz que a lei cidade limpa, com a proibição de cartazes pela cidade, atrapalha a divulgação de eventos. Já a lei do silêncio impede que o local seja alugado para eventos como casamentos e festas de debutante. Mensalmente, são gastos cerca de três mil reais com a manutenção do castelo: dois funcionários cuidam da parte interna e externa.