Vizinha manda crianças jogarem gato ferido em córrego

Na última terça-feira, o Diário de Ribeirão Pires foi acionado por moradores do Jardim Itacolomy, que estavam em choque por conta de um gato com ferimentos sérios ter sido abandonado por uma das próprias moradoras do bairro.

A orientação era para que o gato fosse jogado no córrego para morrer (foto: Rafael Ventura / DiárioRP).
A orientação teria sido para que o gato fosse jogado no córrego para morrer (foto: Rafael Ventura / DiárioRP).

Ao chegar até a Rua Aquilino de Almeida, ao lado do Hospital São Lucas, a equipe do Diário encontrou, em frente ao número 135, um grupo de crianças que olhava para uma caixa deixada na calçada. Dentro, um pequeno gato com aparentemente dois meses de vida agonizava.

Após chamarmos, fomos atendidos por uma senhora de aparentes 45 anos de idade, que, mais tarde, foi identificada como Edy Sossida. Ao ser questionada por nossa reportagem sobre o que teria acontecido com o animal, ela afirmou que um de seus cachorros havia atacado o bicho, e que chamou um dos garotos, que brincava na rua, para se livrar do felino.

Edy teria orientado as crianças para jogar o gato no rio.
Edy disse não poder salvar o animal, pois estava preparando o jantar (Reprodução/Facebook)

Indagada por qual motivo havia deixado o pequeno animal largado na rua, já que Edy mora há apenas um quarteirão de uma clínica veterinária, a moradora do Jardim Itacolomy argumentou não poder socorrer o gato porque estava fazendo o jantar, razão pela qual o deixou para morrer.

Segundo relatos, as crianças foram orientadas por Edy a jogar o animal dentro do rio que passa próximo ao bairro. As crianças teriam se negado e chamado uma outra vizinha, que rapidamente entrou em contato com nossa redação.

O felino foi salvo por nossa equipe de reportagem e levado até a clínica mais próxima do local dos fatos (a três minutos a pé). Na sequência, o caso foi levado à delegacia da cidade, e lavrado boletim de ocorrência (nº 1545/2015) por maus tratos.

Nas redes sociais, Edy Sossida é defensora dos animais (foto: Reprodução / Facebook).
Nas redes sociais, Edy Sossida divulga posts em defesa de animais mal tratados (foto: Reprodução / Facebook).

Curiosamente, nas redes sociais, Edy Sossida – a indiciada por maus tratos ao gato – mostra-se ativista dos direitos dos animais. Dentre as postagens em seu perfil no site de relacionamentos Facebook, estão vídeos de pessoas acariciando animais e foto-montagens criticando duramente pessoas que os agridem.

Posteriormente procurada pelo Diário, Edy afirmou que pensou que o animal fosse um rato, e, por isso, não prestou socorro nem o levou ao veterinário. Quando confrontada de que já sabia que se tratava de um gato, ela se defendeu dizendo que não tinha dinheiro para o tratamento do animal.

O gato socorrido, que ainda se encontra em tratamento, foi encaminhado para a Clínica Veterinária Central, onde foi prontamente atendido pela equipe médica. Porém, por conta dos fortes traumas, está sem o movimento das patas traseiras e corre o risco de não voltar a andar.

Um inquérito policial foi aberto para apurar o caso. Sossida deve ser intimada para prestar depoimento nos próximos dias e pode responder por maus tratos a animais. Se condenada, a pena para esse crime é de até um ano de detenção.

 

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