Protetores dos animais e representantes de ONGs estiveram presentes na Câmara Municipal, na última quarta-feira, protestando contra a situação em que se encontra o Centro de Zoonoses da cidade (CCZ). O grupo exibiu cartazes com frases de ordem, e bateu comedores de ração (em referência à panelas).

No dia 5 de março, o Diário de Ribeirão Pires fez uma denúncia sobre o estado de abandono em que se encontrava o órgão da Secretaria de Saúde. De lá pra cá, pouca coisa mudou.
Após nossa denúncia, as obras estruturais que estavam paradas há meses foram reiniciadas, mas a situação continua em estado crítico.
A higienização do ambiente, por exemplo, que deveria ser realizada adequadamente, é feita apenas por caminhões pipa com água de reuso. Por conta disso e do local contaminado, doenças são espalhadas por todo o ambiente, e animais saudáveis acabam adoecendo e morrendo:
“Ano passado, eu adotei uma cachorra que, depois de um dia, não aguentou e morreu.”
– declarou a protetora Eliana Maria Turra.
São diversas as situações de animais morrendo por estarem doentes. Atualmente, diversos animais encontram-se contaminados com giardíase (uma doença causada por um protozoário chamado giárdia) e leptospirose. Ambas doenças também podem ser contraídas por seres humanos.
Ainda segundo as protestantes, a falta de segurança é um outro ponto crucial da instalação, já que não existe nenhum guarda ou segurança que trabalhe no local. Além disso, no último final de semana, durante a noite, um cavalo chegou a ser roubado de dentro das instalações do órgão.
As protetoras pedem que o governo municipal adote melhores medidas para o bem dos animais, como a criação de um hospital veterinário público, para atender as pessoas mais carentes; melhor padrão de higiene; e a criação de um programa de castração na cidade.
Para a ativista Maria de Lourdes, a Uda, Ribeirão Pires é a cidade mais atrasada da região nesse sentido:
“Ribeirão Pires é a única cidade da região que não conta com esses serviços. Mauá, por exemplo, já tem até hospital público para animais.”.
O protesto chamou a atenção de diversos vereadores, que prontamente se comprometeram a assinar um requerimento pedindo esclarecimentos à Prefeitura.
A Prefeitura da cidade foi procurada através de sua assessoria de imprensa, que, desde ontem, não respondeu a nossos contatos até a publicação dessa matéria.
Conselho Municipal de Defesa dos Animais
Em novembro de 2013, a Câmara aprovou o Projeto de Lei nº 060/2013, de autoria do vereador Renato Foresto(PT), que institui o Conselho Municipal de Proteção e Defesa dos Animais.
O Conselho deveria ser formado por membros da sociedade civil, profissionais da área e membros do Executivo, algo parecido com o Conselho de Saúde, que, após anos de atuação irregular, foi oficializado esse ano.
O projeto de criação do Conselho Municipal de Proteção e Defesa dos Animais, porém, foi vetado pelo Prefeito.