Opinião: Ribeirão Pires e o grande pasto

 

 

Rafael Ventura, estudou na Austrália e agora volta a Ribeirão Pires, para fazer parte do noticiário.
Rafael Ventura, estudou na Austrália e agora volta a Ribeirão Pires, para fazer parte do noticiário.

Basta dar algumas voltas pela cidade para notar vários locais em completa situação de abandono, como é o caso de diversas calçadas, ruas e outros locais públicos – frequentados por muitas pessoas diariamente.

Não é preciso ir muito longe para ver asfaltos completamente danificados (que, muitas vezes, são “consertados” com areia), calçadas cheias de buracos, e  matagais por todo lugar. Além disso, existem vários erros estruturais, que, após as chuvas, dão origem a grandes poças de água em vários pontos da cidade, impedindo a passagem de pessoas, como é o caso da Vila do Doce, por exemplo, que mais parece um “Piscinão de Ramos”, quando chove.

Outro exemplo da má gestão atual é a situação em que se encontra o Cemitério Municipal. Até na hora de partir dessa para uma melhor, o cidadão Ribeirãopirense é tratado como mercadoria – um mero adubo para o mato gigante que cobre os túmulos. E não é apenas o cemitério que sofre com isso…

Indo a regiões mais afastadas do centro da cidade, vemos calçadas que se tornaram pequenos lotes de pasto, pois são puro mato. Às vezes, questiono-me se o Prefeito acha que está administrando uma cidade de vacas ou de pessoas. Alguém pode avisá-lo da diferença?

Ribeirão Pires está se tornando um grande pasto. Talvez, um bom plano para a Prefeitura seria a colocação de gado (de verdade) por toda a cidade; assim, pelo menos, todo aquele capim seria utilizado para algo que não seja apenas atrair ratos, doenças e complicar ainda mais a vida do munícipe.

Outro ponto alarmante é o caos na Saúde. Entra Secretário, sai Secretário… E o que muda? Só o nome do sujeito mesmo, pois a Saúde continua horrível! Funcionários da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) estão com os salários atrasados há mais de 20 dias, e, mesmo assim, não têm o direito de fazer uma reclamação, pois são constantemente ameaçados de perderem o trabalho.

Quando mais novo, sempre ouvia: “Ribeirão não tem assalto”, “Ninguém aqui tranca as portas”. Pois bem: após um tempo morando fora, quando retornei para viver na cidade, fui abordado por dois indivíduos armados que invadiram minha casa e levaram tudo o que eu tinha conquistado. Que cidade é essa onde um cidadão trabalha honestamente, paga os tributos altíssimos, e ainda tem tudo roubado?! Onde está a polícia, que não fazendo as rondas diárias? Onde está a equipe estratégica de Segurança Pública para chegar até os criminosos? Não tem?!

É preciso que, no próximo ano, tenhamos uma atitude de verdade, e escolhamos alguém que realmente tenha interesse em administrar nossa cidade. O cidadão não aguenta mais; portanto, também não pode compactuar com essa situação. Nós somos a diferença: nós que os colocamos lá, mas também somos nós que temos o poder de tirá-los de lá, e trocá-los por gente melhor. É hora de agir!

 

Rafael Ventura é jornalista, e já trabalhou em diversos veículos de comunicação. Hoje, de volta à Ribeirão Pires, é membro de nossa equipe editorial.