Médico agride jornalistas na UPA

Na última segunda-feira (11), uma equipe do Diário de Ribeirão Pires passou por momentos de tensão na UPA da cidade. Recebemos diversas denúncias de munícipes que não estavam sendo atendidos há cerca de sete horas, com isso, uma equipe foi até o local para averiguar. Pessoas relataram que estavam há mais de 6 horas esperando atendimento dos médicos, que estariam parados em seus respectivos consultórios.

A operação que os médicos estavam realizando é chamada de “Operação Tartaruga” e se caracteriza quando os profissionais estão no local de trabalho, porém retardam atendimentos simples que deveriam durar cerca de 5 minutos e acabam durando quarenta ou até cinquenta minutos, lotando a fila de espera e prejudicando os munícipes. A ideia dos médicos concursados era mostrar que não estavam contentes com a obrigatoriedade por parte da Prefeitura do ponto biométrico para provar que estão em serviço.

O grupo de jornalistas tentou encontrar alguém que pudesse esclarecer o que estava acontecendo. Neste momento, encontramos o consultório do doutor Ocilmar Dias Amaral Junior e adentramos afim de gravar um depoimento com o médico. Ocilmar estava lendo um site de entretenimento e tecnologia. Quando questionado se estava em horário de trabalho, ele confirmou. Após sair da sala do médico, a equipe foi surpreendida com uma agressão vinda do próprio profissional de saúde. O médico atacou o cinegrafista na tentativa de quebrar os equipamentos de gravação. Diversos Munícipes tentaram intervir em defesa de nosso grupo aos gritos de: ‘’Eles vão gravar sim’’ e ‘’Médico vagabundo tem que ser exposto’’. Alguns chegaram a morder o médico.

Depois do médico ser imobilizado e afastado por colegas, ele voltou e tentou atacar novamente nossa equipe de jornalistas. Fora de sí, o homem teve que ser imobilizado por membros da ROMU, equipe de elite da Guarda Municipal, que estavam no local. Depois da confusão, médicos que tentaram prestar atendimento foram coagidos por colegas do agressor e foram denunciados nas redes sociais. Além disso, negaram retornar aos seus postos e não prestaram atendimento à população. A máquina de ponto biométrico também foi quebrada.

A Associação Brasileira de Imprensa, informou que a Truculência do Médico não atinge apenas a liberdade de imprensa por meio de uma agressão a profissionais no exercício de suas funções, mas também à própria cidadania, e que condena com veemência a atitude antidemocrática do médico. O Conselho Regional de Medicina informou que abriu uma sindicância para apurar as ações do médico e de seus colegas e, se condenado, Ocilmar pode perder o direito de exercer a medicina.

A Prefeitura de Ribeirão Pires informou que um Processo Administrativo foi aberto, e por conta da gravidade das imagens, o médico, mesmo sendo concursado, poderá ser demitido ao fim do Processo.

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