O valente Audax

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A maior graça dos campeonatos estaduais, atualmente, é quando um clube do interior se destaca. O time “pequeno” consegue fazer frente aos grandes e sempre gera aquela dúvida: “será que esse time vai ser campeão?” A comoção de torcedores que acabam adotando a equipe de menor expressão para torcer é algo que mostra porque o futebol é tão apaixonante.

O que o Audax vem fazendo no Campeonato Paulista é digno de aplausos. Diferente de outros times menores que jogam atrás quando enfrentam os grandes, a equipe de Osasco pratica um futebol moderno, pra frente e não tem medo de atacar o adversário, mesmo quando está longe dos seus domínios. Ontem (23), na Arena Corinthians, onde os comandados de Tite ainda não tinham perdido em 2016 e que na história soma apenas quatro derrotas, o time comandado por Fernando Diniz não se apequenou em nenhum momento, foi gigante, assim como o futebol praticado pelos jogadores nesta edição do Paulistão. A história de Davi contra Golias se repetiu mais uma vez.

O Audax empatou com o Timão por 2 a 2, mas nos pênaltis parecia que estava jogando em casa. Venceu os corintianos por 4 a 1 nas penalidades, não errou nenhuma cobrança, enquanto os alvinegros erraram duas. Sem contar a goleada sobre o São Paulo nas quartas de final do Paulistão por 4 a 1, em Osasco.

O presidente Vampeta e o técnico Diniz dão aula aos grandes do estado. Um time que tem uma folha de pagamento pequena, sem os recursos que Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo têm, sem contratações mirabolantes, e principalmente, um plano de trabalho definido, hoje, colhe os frutos. É finalista do torneio estadual e espera o Peixe ou o Verdão para decidir quem vai ficar com a taça.

Nas última edição, já com Fernando como treinador, o time de Osasco havia caído nas quartas de final. Na edição de 2016, está na final. Exceção feita ao Corinthians, que nos últimos nove anos teve apenas três técnicos, o Audax mostra a importância de não trocar de treinador quando as coisas não vão bem, de ter uma linha de trabalho, de não jogar para a torcida,  e de, principalmente, organização. Coisa que falta muito aos grandes clubes, não só de São Paulo, mas do Brasil.

Se vai ser campeão ou não, isso é impossível saber. Mas o que os Vermelhos de Osasco estão fazendo, é digno de aplausos e serve como  lição a todos os mandatários das principais equipes do Brasil.